Em uma semana marcada pelo momento mais importante do ano – o segundo turno das eleições –, não se vê nenhuma grande estreia nos cinemas ou streamings. Optei, então, por resgatar uma série brasileira já disponível na Netflix, há poucos meses, que pude assistir apenas recentemente: Maldivas, comédia dramática com toques de suspense e mistério que voltou a ser muito falada nos últimos dias, com o anúncio de que não haverá uma segunda temporada.
Criada pela mesma Natalia Klein da ótima Adorável Psicose (canal Multishow), a série reúne Bruna Marquezine, Manu Gavassi, Carol Castro, Sheron Menezzes e a própria Natalia como protagonistas, além de Vanessa Gerbelli, Angela Vieira e (olha só!!!) a veterana Narjara Turetta, em uma história de assassinato em que comédia e drama se misturam, sempre dentro de um espírito irônico, que é a marca de sua criadora.
A direção coube a José Alvarenga Jr, um veterano de clássicos globais, como Os Normais, A Diarista, Minha Nada Mole Vida e O Dentista Mascarado. Tudo se passa no condomínio que dá nome à série, o Maldivas. Um lugar que vai do irreal ao surreal, com uma estética muito particular com seus flamingos de mentira e peruas de verdade. E que reúne os tipos mais esquisitos que se poderia encontrar no Rio de Janeiro.
Manu Gavassi é Milene, a egocêntrica síndica do condomínio, infeliz no casamento, cheia de esquemas e com ligações com o crime organizado. Vanessa Gerbelli faz Paula, a moradora do condomínio que esconde um crime em seu passado, derrota Milene na eleição para síndica e morre em um incidente aparentemente criminoso logo no primeiro episódio.
É a filha de Paula, feita por Bruna Marquezine, que volta ao condomínio para investigar, por conta própria, o assassinato, aliada à personagem de Natalia Klein, que assume como síndica no lugar da falecida.
Entre essas três personagens – e em paralelo às investigações da polícia e à pressão dos bandidos aliados da vilã – vamos conhecendo a vida das outras protagonistas (e de seus maridos, cada qual com seus próprios segredos e particularidades). Tem o cirurgião que não possui o menor interesse pela esposa, o golpista com tornozeleira eletrônica, o cantor de axé que vive um casamento de mentira...
Não creio que o show tenha sido “cancelado”, como foi divulgado, já que a história tem começo, meio e um final bastante conclusivo e fez, em seu lançamento, uma carreira muito boa, inclusive no mercado internacional, ficando entre as dez séries mais vistas no mundo dentro do serviço do Tudum, com 11 milhões de horas assistidas, e liderando aqui no Brasil.
Sempre vi o show mais como uma minissérie do que como um seriado que teria pontas soltas para outras temporadas. Natalia Klein comprova o enorme talento que sempre demonstrou – aqui como criadora, roteirista, atriz e, ainda por cima, narradora dos episódios. E a série é curtinha: são sete episódios que giram em torno de meia hora cada um. Assista sem medo, é uma diversão descompromissada e cheia de humor!
Nota do crítico:
+++
Doctor Who no Disney+
Uma excelente notícia para os fãs de Doctor Who: o seriado cult da BBC, um dos mais longevos de todos os tempos (começou a ser produzido em 1963), será exibido em todo o mundo pelo Disney+. A série acompanha Doctor, cientista de um planeta distante que viaja no tempo a bordo da Tardis, uma nave que muda sua forma de acordo com seus arredores, mas que normalmente se assemelha a uma cabine telefônica britânica. Doctor também é capaz de alterar a sua própria aparência. Vários atores viveram o papel nestas quase seis décadas. Atualmente é o ator David Tennant que interpreta o Doutor, só que, a partir de 2023, o personagem será vivido por Ncuti Gatwa, de origem ruandesa-escocesa.