Adotar um pet é ganhar um novo membro da família. Os animais levam alegria para à casa, no entanto, são também uma grande responsabilidade. Futuros tutores devem estar cientes dos desafios e deveres implicados no ato de adotar um pet. A presidente e fundadora da ONG Patinhas que Brilham, Angela Bandeira, incentiva a adoção. “Tantos animais abandonados sofrendo nas ruas e precisando de um olhar nosso, que basta a gente esticar uma mão para ajudá-los.”
Angela se diz contra a compra de animais, considerando a quantidade de pets que estão nas ruas necessitando de um lar. “O mal que vejo na compra de animais é que acabamos incentivando os canis de quintal. É desumano e as matrizes (nome dado a qualquer cadela de canil que gere filhotes) sofrem muito. Como vamos saber quando aquele animal que está numa vitrine para ser vendido veio de um local onde a matriz foi bem tratada? Tem que haver muito monitoramento. Sou contra por causa disso.”
A especialista elencou algumas questões que devem ser analisadas ao decidir adotar um pet. Confira:
1. Entrevista
Ela explica que na ONG Patinhas que Brilham são realizadas entrevistas com os candidatos à tutores sobre a responsabilidade do adotar. “Nós procuramos fazer um trabalho contra o abandono. Dando suporte da melhor forma possível para o adotante. Fazemos uma entrevista bem minuciosa com o candidato. A pessoa tem que estar bem ciente do ato da adoção.”
2. Mudanças na rotina
Os interessados em adotar são alertados sobre as mudanças financeiras, no lar e na rotina. “Tem que estar bem consciente de que ele está levando uma vidinha e que essa vida pode durar até 20 anos. Consciente de que terá uma alteração no orçamento e de que terá que preparar a casa.”, explica.
3. Adaptação
Angela destaca que é importante compreender que há um período de adaptação e é importante saber disso antes de levar o novo membro para casa. “O bichinho dá muitas alegrias, mas também vai ‘fazer arte’. Vai destruir algumas coisas enquanto ainda não é treinado. Essa adaptação chega a levar de três a quatro semanas.”
4. Animal de acordo com o perfil do adotante
Ela ressalta que um dos trabalhos de sua ONG é aconselhar futuros tutores a adotarem animais de acordo com seus perfis. “Procuramos mostrar para o adotante um animal de acordo com o perfil, casa e local seguro. Mostrarmos que não é só o desejo dele, que este tem que ter todo esse conjunto.”
5. Adestrador
Levar ao adestrador é uma ótima opção para educar o novo membro da família. A ONG Patinhas que Brilham disponibiliza um adestrador parceiro para animais que foram adotados e necessitam ser adestrados. “Pode melhorar algumas características do animalzinho, para que o tutor não desista do seu pet. Às vezes tem algum detalhe que está causando algum desconforto ao animal. Detalhes tão simples de ser corrigidos, que o adestrador consegue dar esse suporte para o tutor.”
6. Todos de acordo com a adoção
A adoção de um pet é a chegada de um novo membro na família, então todos da casa devem aceitá-lo. “Toda a família tem que estar de acordo. Se um membro da família não está, não vai dar certo. Vai haver desconforto e com esse desconforto, quem vai sentir é o animal.”
7. Condições financeiras adequadas
Um pet traz gastos como alimentação, bem-estar, lazer e saúde. Futuros tutores devem estar cientes destes gastos. “Seja tanto a adoção de um cãozinho ou de um gatinho, todos têm que estar de acordo. Então a família tem que estar ciente de que ele chega saudável, mas como uma criança, é uma caixinha de surpresas. Estão saudáveis hoje, mas amanhã pode vir a ter um probleminha de saúde. Então a família tem que se perguntar: “Eu vou conseguir levá-lo para um veterinário? Vou ter condições de pagar um veterinário? Conseguir dar uma boa ração? Levá-lo para dar passeios?” Porque adotar um animal e deixá-lo jogado num canto, é melhor não adotar.”
8. Planejamento familiar
Mudanças na família como o possível nascimento de um bebê ou um relacionamento com alguém que não está habituado com a presença de animais, devem ser analisadas antes da adoção. “Se você tem a expectativa de ter um bebê, se casar ou se mudar tem que ver se você está disposto a carregar este animal com você por cerca de 20 anos.”, ressalta.
Serviço: ONG Patinhas Que Brilham (Rua Carvalho de Mendonça, 670, Marapé, Santos). Mais informações no telefone (13) 99782-5737.