Cérebro dos jovens envelheceu com a pandemia, revela pesquisa nos Estados Unidos

O isolamento social foi o grande vilão nesse processo

Por: Cláudia Duarte Cunha  -  18/12/22  -  15:32
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Pesquisa feita por cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e publicada pela revista científica Biological Psychiatry: Global Open Science afirma que o isolamento social provocado pela pandemia estimulou o envelhecimento precoce de cerca de três anos nos adolescentes.


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A covid 19 e o consequente isolamento social foram extremamente prejudiciais para a saúde mental da sociedade como um todo. No entanto, esses impactos negativos acabaram se tornando mais intensos entre os adolescentes.


O estudo analisou ressonâncias magnéticas de um grupo de 128 adolescentes durante o primeiro ano de pandemia, e identificou alterações no desenvolvimento de áreas importantes do cérebro, como o hipocampo, amígdala e córtex cerebral, responsáveis por funções como memórias, sentimentos, linguagem e percepção social.


Essas alterações estão normalmente relacionadas a situações traumáticas, como violência, dependência e disfunções familiares, causando geralmente doenças como depressão, ansiedade, problemas cardíacos e dificuldade em lidar com as emoções.


O estudo não indicou se as alterações são permanentes. No entanto, as mudanças não foram identificadas em grupos de outras faixas etárias. Segundo os pesquisadores, os participantes serão reanalisados após completarem 20 anos de idade para identificar como os impactos estão se mantendo ao longo do tempo.


Conforme o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, esse envelhecimento acelerado pode causar uma série de problemas durante a vida dos jovens. "É uma situação séria, pois compromete o desenvolvimento de áreas cerebrais responsáveis por importantes funções, como a formação de memórias e a regulação de emoções. Possíveis alterações nessas funções podem significar uma estimulação ainda maior no aumento de casos de ansiedade e depressão entre esses pacientes”.


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