Homenagens às deusas e aos deuses? Método de acompanhamento dos períodos de plantação e colheita? Um trabalho conjunto com alienígenas para espantar o resto da humanidade? Eu meio que apenas aceitei todas as histórias como parte de algo maior pelo qual vale se encantar. Pelo simples fato de estar diante de uma criação milenar, de quem veio muito antes de todas e todos nós. E que teve um trabalhão para delinear aquelas representações, seja pelo motivo que for.
É preciso dizer, no entanto, que esse encantamento não foi simples. Depois de algumas horas de
“Que mágico!”, comentavam os amigos nas minhas fotos do Instagram. Era mais perrengue do que magia, como todo desafio que a gente se coloca quando quer expandir horizontes.
As experiências mais transformadoras, pessoais e profissionais, não vêm daquele momento do drinque à beira da piscina no resort ou de tarefas burocráticas do dia finalizadas com sucesso. Crescer é sobre enfrentar. O temor em uma aventura. O próximo passo na relação. O sair daquele trabalho desanimador garantido pela zona de conforto.
É claro que precisamos respeitar nossos limites e pensar em consequências. Mas não nos limitarmos. Não deixarmos de avaliar os reais riscos.
Horas depois do sobrevoo, entendi que foi mais perigoso viajar com um motorista cortando estrada de mão dupla cheia de caminhões no deserto até Nazca, a 140 km/h, do que no aviãozinho. Talvez eu tenha curtido menos aqueles 30 minutos graças à clássica ilusão de controle ou não controle que acompanha diariamente as nossas escolhas. Não há espaço para horizontes infinitos nas garantias do mesmo ser e estar.