
Segundo especialista, 40% das crianças diagnosticadas com TEA têm algum distúrbio visual (AdobeStock)
É preciso um olhar acurado: identificar alterações visuais em crianças com transtorno do espectro autista (TEA) é um desafio que exige mais do que exames de rotina. Esse é um dos alertas para a campanha Abril Azul, de conscientização sobre o TEA.
Segundo o oftalmologista Guilherme Colombo, diretor do Hospital Visão Laser e especialista em retina, catarata e cirurgia refrativa, mais de 40% das crianças diagnosticadas com TEA apresentam também algum grau de distúrbio visual – o que pode impactar diretamente no aprendizado, na socialização e no bem-estar desse público.
“Muitos pais não imaginam que a dificuldade de comunicação e o comportamento da criança podem estar ligados a uma limitação visual. A criança pode não conseguir expressar o que sente ou enxerga, e isso atrasa o diagnóstico e a busca por tratamento adequado”, explica o médico.
Protocolo ampliado
No mês de abril, quando a conscientização sobre o autismo ganha destaque em todo o País, o alerta é claro: exames oftalmológicos devem fazer parte do protocolo de acompanhamento de crianças com TEA desde os primeiros anos de vida.
O diagnóstico precoce de alterações como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou até mesmo doenças mais complexas pode transformar a forma como essa criança percebe o mundo.
“A visão está intimamente ligada ao desenvolvimento cognitivo e motor. Quando conseguimos diagnosticar precocemente e oferecer a correção, abrimos um novo caminho de autonomia e inclusão para essa criança”, complementa Guilherme.
Quando procurar um médico?
De acordo com o especialista, crianças com TEA devem ser avaliadas o quanto antes – preferencialmente até os 2 anos de idade. Entre os sinais de alerta estão: aproximação excessiva de objetos ao rosto, estrabismo, fotofobia, dificuldade para manter o foco visual e alterações na rotina de sono.
“Pais e responsáveis são peças-chave nesse processo. Se perceberem qualquer mudança no comportamento visual da criança, vale buscar orientação. A prevenção pode garantir mais conforto, aprendizado e qualidade de vida para toda a família”, reforça o médico.
Sinais de problemas visuais
- - Aproximação excessiva de objetos ao rosto
- - Estrabismo (olhos desalinhados)
- - Fotofobia (sensibilidade à luz)
- - Dificuldade para manter o foco visual
- - Alterações na rotina de sono
Fontes: Guilherme Colombo, Central de Atendimento Salice Cara
Assuntos relacionados