Sexo é cola

A comprovação é de que, nós, humanos, temos tendência natural a nos amarrarmos a quem e a que nos dá prazer

Por: Márcia Atik & De AT Revista &  -  18/11/18  -  12:47
  Foto: Divulgação/Pixabay

Roubei o título de um artigo muito bom que acabei de ler. A partir dele vieram algumas reflexões, apesar de achar que o título apenas fecha a questão.


O texto, na verdade, comprova cientificamente que nós, humanos, temos uma tendência natural a nos amarrarmos a quem e a que nos dá prazer. Nesse sentido, me lembrei do divórcio, da viuvez e de outras situações que impõem um rompimento de vínculo.


O tal do ninho vazio, expressão da qual não gosto, também é uma dessas histórias de perdas de papel, a que muitas mulheres ficam presas por não saberem ou não conseguirem se reinventar nos múltiplos papéis que a vida nos reserva.


Manter-se em relacionamentos apenas sexuais, em que a evolução para um relacionamento de interesses e de cumplicidade com respeito mútuo não ocorre, é algo mais comum do que se pensa.


São tantas as vivências que nos dão prazer, mas acabamos não as analisando para sabermos romper com o comodismo. O que também nos impede de percebermos que aquele prazer fugaz não necessariamente é o que nos completa.


Na minha experiência profissional, confirmei algo que uma querida amiga tinha me contado, de que seu tempo de restabelecimento após qualquer perda ficaria em torno de três anos. Tempo esse necessário para que haja toda uma renovação de hábitos, de desejos e sonhos.


Observando algumas pessoas saudáveis emocionalmente que, depois de um tempo de luto de suas histórias anteriores, se permitem viver outra fase, percebo que realmente o tempo é esse.


Que delícia é a possibilidade de se renovar, de provar novas histórias, de desgarrar-se daquilo que já não nos pertence mais.


Por outro lado, a manutenção de um sentimento de perda por tempo indeterminado mostra uma incapacidade de reinvenção e uma necessidade do outro para dar sentido à própria vida.


Procure escolher aquilo ou aquele com quem queira manter um vínculo saudável. Isso basicamente tem a ver com o número de trocas que essa situação permite.


Escolha com cuidado quem leva para a cama, pois periga de seu cérebro acabar mais amarrado do que você gostaria. Afinal, temos a liberdade de nos apaixonarmos e, se não percebermos ganhos afetivos, trocas verdadeiras, devemos nos desapaixonar o quanto antes.


E se ficar mesmo amarrado por alguém que vale a pena, que proporciona um enriquecimento e engrandecimento pessoal, garanta a estimulação frequente, para assegurar a permanência da relação com o outro e com você mesmo.


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