Seu dinheiro: “Faça os juros trabalharem a seu favor e não para dar lucros aos bancos”

Confira dicas para começar de novo

Por: Marcelo Santos  -  26/12/21  -  15:24
Investidor precisa identificar seu perfil, se é conservador ou agressivo e aceita correr muito mais riscos
Investidor precisa identificar seu perfil, se é conservador ou agressivo e aceita correr muito mais riscos   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Definir metas pessoais para o primeiro de janeiro é uma tradição. Mas, se você é daqueles que desistem de seus planos, que tal desta vez retomar a iniciativa de poupar? Para guardar dinheiro, não é preciso ser expert. Basta ter vontade, paciência e dar três passos: fazer seu orçamento para saber quanto poderá aplicar a cada 30 dias, entender seu perfil de risco e formar reserva de emergência antes de investir para valer.


O principal é ter disciplina e começar – uma hora, você vai olhar para trás e perceber que perdeu um bom tempo sem poupar e ganhar juros sobre aquele montante. Sem falar que ainda ficou lamentando que não tem dinheiro em uma situação de aperto ou para realizar um sonho, como casa própria, viagem ou aposentadoria mais folgada.


O primeiro passo, o do orçamento, pode ser feito com um caderno comum, no bloco de notas do celular, em planilha ou até em aplicativos. Pelo jeito mais simples, no papel, faça uma coluna com todas as suas receitas (salários, comissões, bicos) no mês e outra com as despesas. Estime um valor aproximado para os itens variáveis, como bicos e contas de condomínio ou luz. Inclua até o cafezinho e gastos de fim de semana. Confira o saldo e, se ele for negativo ou positivo, veja a despesa ou a economia que pode ser feita. Será preciso abrir mão de alguns prazeres, mas faça cortes realistas e que vai conseguir cumprir.


Evite dívidas

Se tem dívidas, tente liquidá-las antes de começar a investir, pois não tem sentido pagar juros mais altos e poupar com juros mais baixos. Há exceções, como crédito da casa própria, porque são de longo prazo – de tempos em tempos faça amortizações parciais. Fuja do consignado (para isso, corte despesas) e não compre parcelando no cartão. Esses são dois artifícios que dão sensação de padrão de vida acima do que realmente se tem – viver sob essa condição exige pagar juros.


Seu perfil

Para o segundo passo, descubra o seu perfil de investidor. O conservador sente grande desconforto quando vê seu saldo encolher – por isso, deve investir em renda fixa (aplicações que permitem saber quanto vão render, como Tesouro Direto, CDBs e poupança). O moderado aceita correr risco baixo e por prazos curtos, investindo em renda fixa e uma parte, com 10% do total, na variável (ações, fundos imobiliários, moedas, criptos e ouro). Já o arrojado acha que a queda é uma oportunidade para comprar barato.

Cuidado: muitos se dizem arrojados, mas, quando a bolsa cai, sacam tudo e vendem a um preço menor do que compraram. Por isso, tenha menos da metade de seus recursos em renda variável. Diversifique – a parte estável (renda fixa) reduzirá o impacto da perda da variável no seu saldo total. Depois, na calmaria, uma parte da renda fixa pode ser aproveitada para adquirir, por exemplo, ações baratas ou de grande chance de valorização.


Para emergências

A reserva de emergência é o terceiro passo e vai te salvar frente a uma surpresa com multas, mortes, acidentes na família ou desemprego. Ela deve ser feita até pelos arrojados. Com esse valor, não será preciso tocar no principal que está em investimentos mais arriscados e bem mais rentáveis. O tamanho da reserva varia de pessoa para pessoa e, na média, a sugestão é poupar seis vezes a sua despesa mensal.

A reserva é feita com renda fixa de alta liquidez – pode-se sacar imediatamente ou em 24 horas, como CDB, fundo DI e caderneta. Assim, você evita cheque especial ou pagar juros de empréstimo feito às pressas. Se por um motivo você usou a reserva, terá que recompô-la para voltar a investir com algum ou muito risco.


Para tudo isso se tornar realidade, é preciso apenas... (re)começar. Faça os juros trabalharem a seu favor e não para dar lucros aos bancos.


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