Saiba quais são os procedimentos queridinhos para o verão nos consultórios dermatológicos

Verão faz com que muitas pessoas procurem tratamentos estéticos em clínicas da Baixada Santista

Por: Alcione Herzog  -  19/12/21  -  10:57
Porém, dermatologistas alertam que nem todos eles devem ser feitos nessa época
Porém, dermatologistas alertam que nem todos eles devem ser feitos nessa época   Foto: Adobe Stock

Nesta terça, às 12h59, estaremos oficialmente no verão. A estação mais vibrante do ano, em que os corpos ficam à mostra e os rostos, mais iluminados, faz com que muita gente procure por procedimentos estéticos. Porém, dermatologistas alertam que nem todos eles devem ser feitos nessa época.


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Antes de qualquer orientação, Tatiana Chioro, dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia na Baixada Santista, faz um importante apelo. Não adianta se submeter ao mais moderno dos tratamentos sem entender que o maior cuidado com a pele no verão é a proteção solar.


Ela salienta a necessidade de utilizar diariamente tanto barreiras físicas (blusa com proteção solar, chapéu, guarda-sol) quanto o protetor solar fator 30 no mínimo para o corpo e 50 com cor para o rosto. Esse último deve ser reaplicado a cada duas horas ou sempre após transpirar ou entrar na água. Dito isso, Tatiana elenca algumas opções de procedimentos e tecnologias que podem ser utilizadas durante o verão.


“Muitos procuram tratamentos corporais nessa época pensando em ficar com tudo em cima na hora de usar biquíni, sunga, viajar ou curtir as festas de fim de ano. É importante saber que tratamentos como estímulo de colágeno e eliminação de gordura localizada demoram no mínimo três meses para surtir efeito. Começar agora significa estar bem no Carnaval”.


Ainda pensando no corpo, Tatiana recomenda os tratamentos que não produzem hematomas ou manchas. As opções são o ultrassom microfocado e as sessões de radiofrequência. Práticas e eficientes, permitem que o paciente faça sessões na hora do almoço e volte depois para o trabalho ou para outro compromisso normalmente, sem qualquer sequela.


Mais uma tecnologia queridinha nos consultórios é a do campo eletromagnético. A dermatologista Talita Voss explica que o método é ideal para pessoas que querem melhorar a hipertrofia do músculo, fortalecendo e melhorando a definição muscular. O aparelho faz até 20 mil contrações em 30 minutos na região escolhida. “Quem quer tonificar a musculatura pode fazer quatro sessões, sendo duas por semana, depois uma vez por mês, como manutenção”.


Não invasiva, a técnica interage com os neurônios motores, que, por sua vez, desencadeiam as contrações musculares supramáximas, que levam ao fortalecimento muscular. Elas desencadeiam a liberação de ácidos graxos livres, que diminuem os depósitos de gordura e aumentam o tônus e a força muscular. Ao final do tratamento, a máquina relaxa a musculatura, para que ela libere ácido lático e evite a fadiga do músculo. O organismo repara ou substitui as fibras musculares danificadas e, assim, ocorre a formação de novos filamentos de proteínas musculares ou miofibrilas. As miofibrilas reparadas aumentam em espessura e quantidade para criar a hipertrofia muscular.


Quem está descontente com a flacidez no pós-parto ou tem o chamado “umbigo triste” pode se beneficiar dessa alternativa, associando as quatro sessões nesse aparelho com a aplicação de um bioestimulador de colágeno. “Um ou dois frascos com intervalo de 30 dias para tratamento do umbigo triste e da diástase abdominal pós-gestação considero o ideal”, diz a médica, lembrando que o procedimento com campo eletromagnético é versátil, pois pode ser utilizado para reduzir gordura localizada, flacidez e tonificar regiões como glúteo, coxa, abdômen e braço.


Dependendo do caso, o profissional pode lançar mão de estratégias combinadas. “Os resultados acabam sendo melhores quando há associações de tratamentos e tecnologias. Então, sempre que há necessidade, trabalhamos com esvaziadores de gordura, com bioestimuladores de colágeno, associados com outras tecnologias como criolipólise, radiofrequência e a grande vedete, que é o campo eletromagnético”, explica Talita Voss.


A criolipólise trabalha com o resfriamento controlado a temperaturas em torno de -11°C a -13ºC das células de gordura (adipócitos), levando à formação de cristais de gelo dentro dessas células, que, ao descongelarem, causam a morte desses adipócitos, depois eliminados pelo sistema linfático. É um procedimento não invasivo, pois não usa agulha, bisturi ou anestesia e elimina em média 25% a 30% de gordura resistente, a cada sessão.


Já a radiofrequência é feita por meio de um aparelho que eleva a temperatura da pele e do músculo a aproximadamente 41°C, com o objetivo de contrair o colágeno e aumentar a produção de fibras de colágeno e elastina. A alta temperatura do aparelho também rompe as membranas das células de gordura localizada, reduzindo medidas e celulite na região tratada.


Para o corpo, também é possível utilizar os bioestimuladores injetáveis. O sculptra é aplicado de uma maneira diferente de outros preenchimentos, pois é injetado na derme profunda, camada intermediária da pele. As micropartículas de ácido poli-L-láctico (PLLA) trabalham para reconstruir o colágeno perdido e fornecem suporte estrutural para a pele. “Do mesmo modo como a policaprolactona (Ellansé) e a hidroxiapatita de cálcio (Radiesse), ele pode deixar a pele roxa, pois são usadas cânulas ou agulhas. Por isso, o mais indicado é fazer o procedimento no inverno”, pondera Tatiana Chioro.


Rosto em dia


Tratamentos para o rosto são bastante procurados no verão. Segundo Tatiana, a toxina botulínica e os preenchimentos com ácido hialurônico e outros tipos de harmonização facial podem ser feitos durante a estação. “Pode ficar um roxinho ou outro, mas dá para esconder com protetor solar e corretivo”. A face também pode receber sessões de radiofrequência e ultrassom microfocado, que, como dito, não são invasivos. O que não pode ser feito nessa época são os lasers ablativos, já que deixam a pele inchada, vermelha e com crosta. “Quando sai a casquinha, a pele fica sensível e, se a região pegar sol, pode até manchar mais. Por isso, tratamentos para remoção de manchas, inclusive aqueles na mão e colo, são sempre no inverno”.


Para os lábios, o skinbooster (procedimento que utiliza o ácido hialurônico) pode ser realizado apenas para hidratar, sem objetivo de dar volume, aconselha Talita.


Há também lasers que podem ser utilizados para obter uma ação anti-inflamatória e o fechamento de poros. Esses são ideais para tratar telangiectasias faciais (vasinhos) e melhorar olheiras. Outra opção é o ultrassom micro e macrofocado, que, a exemplo de lapidar outras regiões do corpo, também serve para formar colágeno, aumentar a firmeza facial e melhorar o contorno do terço inferior da face. “Em quem tem o rosto mais gordinho e papada, trabalhamos com a ponteira macrofocada, que vai direto na camada de gordura. Fazemos isso associado à radiofrequência, para potencializar o resultado”, detalha Talita Voss.


Em relação aos tratamentos em casa, a dica de Tatiana é seguir normalmente com a maior parte deles. “É importante o uso do filtro solar diariamente. Além disso, é essencial utilizar cremes com ação hidratante e os antioxidantes, que são os cremes anti-ending. O que a gente tira no verão são os ácidos mais fortes, principalmente o retinóico, porque ele promove uma renovação muscular, esfoliando a pele, que fica mais sensível ao sol”.


Talita reforça que o skincare é importante. Pacientes que têm melasma não devem deixar de tratar no verão. “O que vamos fazer é uma rotação nos tratamentos. No inverno, um skincare associado a tratamentos das tecnologias de peeling no consultório. No verão, é a fase de mantermos só o skincare e os lasers para manutenção, para evitar que o melasma piore. Fórmulas via oral com ativos antioxidantes e despigmentantes podem complementar”, conclui.


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