Poderoso aliado: saiba como consumir colágeno da melhor forma

Ele atua na resistência e elasticidade da pele, estratégico à sua revitalização. Mas dose errada pode trazer problemas

Por: Brenda Bento  -  11/07/21  -  11:21
   “É comum recomendar a suplementação do colágeno, para garantir a sua reposição”, afirma Angélica Croccia, nutricionista
“É comum recomendar a suplementação do colágeno, para garantir a sua reposição”, afirma Angélica Croccia, nutricionista   Foto: Adobe Stock

Manter a pele firme, as cartilagens saudáveis e o tônus muscular adequado são algumas das propriedades do colágeno. A nutricionista clínica e estética e especialista em gastronomia funcional Angélica Croccia explica que à medida que vamos envelhecendo a nossa produção de colágeno tende a diminuir, e esse processo já começa por volta dos 25 anos.


“Por esse motivo é comum recomendar a suplementação, para garantir a reposição dos níveis dessa proteína. Além do envelhecimento, uma má alimentação pode ser responsável por uma redução considerável nos níveis de colágeno”, observa.


Segundo Angélica, o colágeno é um elemento importante, tanto que representa entre 25% e 30% de toda a proteína do nosso corpo. Fibrosa, é constituída por cadeias peptídicas formadas por aminoácidos e tem a função de contribuir com a resistência, coesão e elasticidade dos tecidos.


A falta dessa proteína no nosso organismo acaba por facilitar o desenvolvimento de doenças que afetam o sistema musculoesquelético, como osteoartrite e osteoporose. “A baixa quantidade da proteína prejudica ainda a firmeza, a elasticidade e a hidratação da pele, tornando-a mais suscetível a rugas, à flacidez e aos sinais do envelhecimento”.


Além disso, o colágeno é capaz de revitalizar a pele, mas em doses excessivas causa espessamento e endurecimento, dificultando o movimento das mãos, da boca e das pálpebras.


Polêmica da Suplementação


Um sinal de que há falta de colágeno no organismo é o cabelo ficar mais fino. Também servem como alertas: a flacidez e a perda de elasticidade da pele, o surgimento de rugas e linhas de expressão, o afinamento e a desidratação da pele, o enfraquecimento das unhas e o aparecimento de estrias.


“A suplementação com colágeno ainda é muito polêmica, porém vários estudos indicam os seus benefícios, além de garantirem que é um método seguro, que, geralmente, não provoca efeitos adversos”, afirma Angélica Croccia.


A reposição do colágeno tende a reduzir o processo inflamatório proveniente do desgaste articular, alivia dores e o inchaço, melhora a movimentação das articulações, auxilia no aumento da densidade óssea, promove efeito protetor nas articulações e eleva a produção do colágeno nativo.


Quantidade necessária


Para Angélica, é melhor consumir o colágeno tipo 1 em pó com dose média de 10 gramas por dia. O mais indicado é fazer isso à noite, antes de dormir, com associação da vitamina C para potencializar a absorção e os resultados.


Em relação ao tipo 2, a orientação é que seja em comprimido em média de 20 a 40 mg, associado às vitaminas D, K2, E, MK7, magnésio dimalato, cálcio e moegas. Mas a nutricionista reforça que o ideal é sempre consultar um profissional para adequar a dose às necessidades do organismo.


Cuidado com os Mitos


O colágeno engorda? Mito! Apesar de conter calorias, elas não são suficientes para promover alterações bruscas no peso. Quando associado com hábitos saudáveis, o seu consumo pode, inclusive, ajudar a emagrecer, já que promove e prolonga a sensação de saciedade.


O colágeno acaba com a flacidez? Mito! Ele apenas diminui esse aspecto e previne que piore. O que reduz efetivamente a flacidez são exercícios físicos que ajudam a promover o tônus e o crescimento muscular.


Boas fontes


A nutricionista Angélica Croccia explica que a lista de alimentos ricos em colágeno tem carnes magras, ovos e pé de galinha, mas que é importante saber que não basta simplesmente ingerir colágeno. Também é fundamental consumir alimentos que contenham nutrientes que estimulem a produção de colágeno pelo corpo, entre eles vitaminas C, E, A, cobre, selênio, zinco, enxofre e silício.


“Deve-se considerar alimentos como frutas cítricas e vermelhas, castanhas, nozes, amêndoas, aveia, tomate, pimenta, beterraba, cenoura, vegetais verdes e escuros, abóbora, chá branco, ostras, alho e cebola”, detalha. E para as pessoas que não comem carne, a dica é apostar em soja fermentada, queijo ou bebida de soja, cogumelos e leguminosas.


Diferentes Tipos


Apesar da quantidade de colágeno recomendada por dia parecer pouca, Angélica diz que é difícil de ela ser alcançada somente com a alimentação e, por isso, deve ser suplementada.


Existem 28 tipos de colágeno em nosso corpo, sendo o tipo 1 o mais abundante na pele, ossos, dentes, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos e órgãos, além de ser queridinho das mulheres para evitar o aparecimento de rugas, linhas de expressão e desalinhamento do contorno facial. “É excelente quando o associamos com ácido hialurônico, melhorando a hidratação da pele”, diz Angélica.


Já o colágeno tipo 2 é o mais presente nas cartilagens e nas articulações. E o colágeno hidrolisado apresenta função terapêutica positiva no que se refere à osteoporose e à osteoartrite.


“Estudos comprovam que os peptídeos de colágeno, após a ingestão, são capazes de atravessar a mucosa intestinal e seguir até a pele, onde estimulam o metabolismo das células da derme, elevam a quantidade de compostos que fazem parte da matriz e melhoram as propriedades funcionais e biomecânicas da pele”.


Por fim, a nutricionista acrescenta que, atualmente, tem se falado do tipo verisol, que é uma matéria-prima específica da pele, dos cabelos e das unhas. “Estudos já comprovam que o hidrolisado não é tão efetivo quanto ele em termos estéticos. O verisol consegue desacelerar o processo de envelhecimento”, finaliza.


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