Lucinha Lins será a estrela da live beneficente Por Uma Boa Causa

Evento será em prol do Instituto Luiz Alca A Causa

Por: Stevens Standke  -  05/09/21  -  10:58
 lucinha lins
lucinha lins   Foto: Benê Porto/Divulgação

No próximo dia 25, a partir das 20h30, o Projeto “Por Uma Boa Causa” trará aos santistas o talento de Lucinha Lins em uma live musical beneficente, com a participação especial do ator, cantor e compositor Claudio Lins, filho da artista.


A live será aberta e transmitida diretamente da Sociedade Humanitária de Santos pelo Canal do YouTube da Atrium Eventos. Toda a renda arrecadada será destinada para projetos sociais do Instituto Luiz Alca A Causa.


AT Revista conversou com Lucinha sobre seus novos projetos e também sobre os impactos no setor cultural brasileiro trazidos pela crise sanitária.


A atriz e cantora contou o quanto está empolgada em voltar aos palcos unindo arte e solidariedade e relembrou com carinho as breves, mas marcantes relações com Santos e seus expoentes santistas na arte.


Você tem uma carreira superversátil. Passou por televisão, cinema, teatro, música. Experimentou várias faces da vida de uma grande artista. Ainda há alguma área para se desafiar como profissional da arte?


Sempre que existe uma nova personagem, algum convite, apresentação ou show sinto que é um desafio. A arte nos desafiará a vida inteira, sempre. Tudo o que eu puder fazer, todos os convites, todas as propostas, todos os desejos, sempre serão um desafio. Não importa a quantidade de novelas que já fiz na minha vida. Eu posso ter um pouco mais de experiência nisso ou naquilo, mas sempre será um grande desafio.


Novelas como A Viagem e Roque Santeiro foram grandes sucessos na sua trajetória. Quais outros projetos mais te orgulham e por quê?


Eu tive a sorte de ser convidada e de participar de momentos da teledramaturgia muito importantes, como foi o caso das novelas A Viagem, Roque Santeiro, Chamas da Vida, Chocolate com Pimenta. Fiz muita coisa no teatro também. Foram musicais maravilhosos, como o Sempre, Sempre Mais, onde me lancei com muita força. Fiz Rock in Rio. E teve o Palavra de Mulher, um espetáculo que eu fiz parte durante 10 anos da minha vida. Todos me enchem de orgulho. Eu não poderia escolher um ou outro. Todos me marcaram de alguma maneira e moram no meu coração. Todos me ensinaram muito. Eu não teria como determinar um. Não posso. Todos eles me enchem de muita alegria.


Minha geração não tem como não lembrar da infância sem pensar em Saltimbancos, onde você fez o papel de uma gatinha. Como é trabalhar para o público infantil?


A criança é muito sincera. E quando a criança gosta é pra valer, entra na memória afetiva. O filme Os Saltimbancos Trapalhões é um marco no coração e na memória afetiva de mais de uma geração. É uma coisa que me emociona e vai me emocionar para o resto da vida. Até hoje sou parada na rua até por causa desse trabalho. Vou para a porta do colégio dos meus filhos ou em qualquer lugar para buscá-los ou levá-los e logo vem um pai, uma mãe conversar. Pessoas na faixa de idade dos meus filhos falam comigo com um carinho, com um amor! É uma coisa muito marcante na minha vida. Trabalhar com o público infantil é um desafio muito grande porque a sinceridade da criança é imediata. Ou ela gosta ou não gosta. Os Saltimbancos Trapalhões foi um trabalho que engrandeceu minha vida profissional. Até hoje a música da gata continua envolvendo o coração de muitas crianças.


Com a pandemia a cultura certamente foi um dos setores que mais sofreu. O que fica de aprendizado, na sua opinião?


A cultura tem sido negligenciada no nosso país de uma maneira inadmissível. A pandemia então mais do que nunca fez com que a cultura ficasse calada, parada completamente. Isso trouxe muita dor, tristeza a todos os artistas e todas as pessoas que vivem de teatro e de cinema. Quando falo todas as pessoas não são apenas os atores. Não podemos esquecer da bilheteira, do cenotécnico, do contrarregra, da faxineira do teatro, enfim, de todas as pessoas que vivem da arte. Falo das pessoas que precisam de aglomeração para serem vistas e para pagar suas contas, garantir seu ganha pão. A lição que a pandemia nos deixa é que sem cultura teria sido muito difícil ultrapassar esses tempos.


Acredita que no futuro as pessoas compreenderão melhor o papel da arte na sociedade?


Sem cultura será difícil resistir a esse tempo que ainda temos pela frente para nos livrar dessa praga horrorosa que é a covid. Sem o cinema, a televisão, sem todos os artistas do mundo que podemos ver e de alguma maneira e nos confortar, fica muito difícil passar por essa barreira. Portanto, mais do que nunca, temos que nos manter o mais forte possível para que a cultura renasça com muita força quando a crise sanitária acabar. E eu espero que o público e todos nós reconheçamos que sem arte a pobreza do nosso país se torna ainda mais miserável. Cultura é fundamental para o progresso, para a educação de uma nação.


Você vai participar da Live “Por Uma Boa Causa 2021”, do Instituto Luiz Alca A Causa. O que o público que prestigiar o evento pode esperar desse show?


Foi uma alegria, uma honra ser convidada para participar da Live. É um prazer fazer parte disso ao lado de Ogair Junior, meu maestro predileto, meu amigo querido, um músico excepcional. Também estarei ao lado do meu filho, Cláudio Lins. A ideia dessa live é falar um pouco do que todos nós andamos sentindo nos últimos tempos. Essa vontade de estar juntos, de abraçar, de beijar e voltar ao normal amoroso de todos nós. Vamos falar do contato humano e também desse afastamento que a pandemia nos obriga e que está começando a se abrir e permitir que nos encontremos um pouco. A Live “Por uma Boa Causa” está provocando essa sensação no meu coração. Então, é uma boa causa a meu respeito também, sem a menor sombra de dúvida. Vou poder me mostrar, ocupar o palco cantando novamente, conversando com as pessoas. Temos músicas de altíssimo astral para engrandecer esse momento. Não podemos esquecer do mundo que nos cerca, claro, mas podemos levar com muita alegria. Também não podemos esquecer que logo estaremos na primavera. A Live será na primavera. Aconteça o que acontecer, ela sempre volta e brotam as flores. A ideia é essa.


Como vai ser cantar com seu filho, Cláudio Lins? Como tem sido essa parceria?


Não será a primeira vez que compartilharemos um palco. Já fizemos alguns shows juntos, teatro e estamos perto sempre que possível. A pandemia nos afastou fisicamente e durante muito tempo não pude ver meus filhos e netos direito. Isto foi muito triste. Estar com meu filho no palco é sempre um grande prazer e agora mais ainda. A gente se entende muito bem. Estamos fazendo esse repertório juntos e vamos cantar juntos. Não vejo a hora de estar no evento para mostrar essa parceria para todo mundo, para abraçar meu filho na frente de todo mundo e brincar com ele do que a gente sabe fazer de melhor.


Atualmente está atuando em que projeto? Pode falar um pouco sobre ele?


Depois dessa parada obrigatória por conta da pandemia e da minha saudade de me apresentar vou voltar para um palco especial. Como falamos, farei uma live maravilhosa. É um grande momento dessa volta. Eu não me apresento há muito tempo e esse evento vai ser muito emocionante pra mim. Atualmente, estou fazendo parte de um projeto para uma peça de teatro chamada As Meninas Velhas, escrita por Cláudio Tovar e com a direção de Tadeu Aguiar. Estou ao lado de Bárbara Bruno, Divina Valeria e Nádia Nardini. São quatro mulheres protagonistas. Uma história deliciosa muito bem humorada. Vai ser impossível não se emocionar. A estreia está marcada para 30 de setembro, no teatro Prudential, no Rio de Janeiro. Eu espero não parar nunca mais. O palco está me fazendo muita falta.


Você conhece Santos? Se sim, pode falar que memórias ou referências tem daqui no que diz respeito à dramaturgia?


Faz muito tempo que não vou a Santos. Conheço pouco e todas as vezes em que fui foi a trabalho. Sempre foi uma delícia. Já apresentamos os espetáculos Palavra de Mulher e Na Batucada da Vida no Coliseu, que é lindo. Foi inesquecível ver aquele teatro lotado! Minhas referências de dramaturgia? Bem, meu primeiro grande papel na TV foi na minissérie Rabo de saia, na TV Globo, com direção do Walter Avancini. E eu tive o imenso prazer de contracenar (e aprender) com Ney Latorraca, que é de Santos. Também fiz A Ópera do Malandro, em Portugal, com Nuno Leal Maia, outro talento de Santos. Uma das críticas mais lindas que Palavra de Mulher recebeu foi escrita pelo querido Rubens Ewald Filho, também de Santos. Ou seja, os santistas sempre me fizeram bem.


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