Especialistas dão dicas de como cuidar melhor da saúde mental e física para ser mais feliz

Psicóloga Márcia Atik e a nutricionista Nathália Guedes explicam a importância da boa relação entre a mente e o corpo

Por: Brenda Bento  -  23/05/21  -  12:13
  Corpo e mente em equilíbrio
Corpo e mente em equilíbrio   Foto: Adobe Stock

Muitas pessoas separam a saúde mental da física, mas o nosso organismo depende de uma boa relação entre as duas para funcionar corretamente, como diz o ditado “Mente sã, corpo são”. De acordo com a psicóloga Marcia Atik, o chamado quarteto da felicidade desempenha papel importante nisso. E a nossa alimentação também pode ajudar nesse bem-estar, acrescenta a nutricionista Nathália Guedes.


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O quarteto da felicidade, diz Marcia, é formado pelos hormônios ocitocina, dopamina, serotonina e endorfina. “A ocitocina consiste naquele hormônio liberado quando a gente se sente amado, abraçado, quando há um contato afetivo, coisa que não estamos tendo mais e que faz falta. A dopamina é o hormônio da recompensa, do prazer. Ela envolve a sensação de fazer algo e perceber que aquilo tem um retorno positivo. Já a serotonina corresponde ao hormônio ligado principalmente à sensação de felicidade. Ela é liberada, por exemplo, ao olhar o pôr do sol e se extasiar, ao comer um bolo de chocolate e sentir o prazer do gostinho sem se preocupar se vai engordar ou não... Enquanto isso, a endorfina é um hormônio considerado analgésico. Ela tira a dor de uma maneira natural, mascara as dores físicas, o cansaço. Todos esses hormônios juntos fazem um composto do bem-estar”, explica a psicóloga.


Em compensação, nos momentos de estresse e ansiedade, o nosso corpo libera o cortisol, que é um hormônio maléfico, que entristece, tira a energia, traz dores e, dependendo do caso, está associado a doenças. O que pode combater isso? Justamente o quarteto da felicidade.


Marcia Atik reforça que o estresse, em doses reduzidas, costuma ser algo natural e necessário. “Senão, nós não levantaríamos da cama de manhã. Precisamos ter um impulso para acordarmos e vivermos”. E existem algumas técnicas para aumentar o bem-estar. São aquelas atividades que dão prazer. “Mas, até por uma questão cultural, a gente não valoriza muito o bem-estar e o prazer e, sim, a proficiência, o fazer e acontecer, a ação e a reação”, observa Marcia.


As pessoas podem buscar, inclusive, o que a psicóloga denomina como autocura. “Ela acontece, por exemplo, ao praticar uma atividade física com regularidade ou, às vezes, se permitir dar uma parada para ver um filme, uma série, ler um livro, ativando assim aqueles quatro hormônios que citei. Trabalhar com esse quarteto é muito legal, pois nos tornamos os artífices da nossa própria felicidade”.


Quebrando a rotina


Manter, além de sentimentos bons e prazerosos, a realização de atividades saudáveis parece algo simples, não é mesmo? Só que nem sempre isso se mostra algo fácil de se praticar. Mesmo assim, Marcia Atik afirma que o importante é não deixar de criar novos hábitos. “Devemos olhar para dentro da nossa alma e pensar o que nos dá prazer. Se você quer, por exemplo, saborear um picolé de limão, permita-se, saia da rotina. Se você não gosta tanto de se exercitar, que tal dar uma caminhada e curtir a paisagem, alegrando os olhos, os sentidos. Ouvir uma música e ligar para uma pessoa querida são outras maneiras de interromper o ciclo do estresse e da ansiedade”, acrescenta a especialista.


Use a alimentação como sua aliada


Para a nutricionista Nathália Guedes não é fácil controlar os pensamentos e conciliar a rotina de estresse, ansiedade e incertezas com uma alimentação equilibrada. “Quando estamos nesse estado de estresse, nós ingerimos mais alimentos que nos confortam e que nem sempre são saudáveis. Manter uma alimentação regrada é muito importante para o nosso corpo ficar saudável”.


Lembra do quarteto da felicidade? De acordo com Nathália, se esses hormônios não estão regulados, ficamos tristes, temos dificuldade para controlar a fome e a sensação de saciedade. Portanto, para equilibrar os quatro, a nutricionista indica, junto à prática de uma atividade física, consumir alimentos saudáveis e ter um sono de qualidade. Quem nunca descontou sensações ruins na comida...


Segundo Nathália Guedes, “alguns alimentos são capazes de aumentar a produção de neurotransmissores como dopamina, serotonina, endorfina e ocitocina. E todas essas substâncias liberadas geram sensações de prazer e bem-estar”. A nutricionista completa: “Temos em nosso cérebro uma região denominada de centro da recompensa, que, quando estimulada, libera dopamina, serotonina e gera a sensação de prazer”.


Mas esses alimentos que ativam o ciclo da recompensa do cérebro geralmente são ricos em gorduras e açúcares. “O efeito de prazer é imediato e a duração pode variar, de acordo com cada metabolismo”, explica Nathália.


Você deve estar se perguntando: será que existem alimentos que podem provocar a sensação de bem-estar e que são saudáveis? A resposta é sim. Entre eles estão banana, mel, aveia, cacau, oleaginosas em geral e os alimentos ricos em ômega 3, como os peixes – com destaque para o salmão, a sardinha e o atum.


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