Conheça os mitos e verdades quando se trata da alimentação dos pets

Especialista indica o que é mais adequado para a alimentação do seu animal de estimação

Por: Beatriz Araujo  -  16/05/21  -  09:28
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É comum que, em meio à correria do dia a dia, os tutores se deparem com dúvidas sobre a alimentação de seus pets. O que é verdade e o que é mito? Para não haver erros, o médico-veterinário Danilo Rossi traz informações que podem ser determinantes para que o bichinho siga saudável e, consequentemente, você fique com a consciência tranquila na hora de alimentá-lo.


Ração é sempre a melhor opção?


Para Danilo Rossi, esse é um mito. “A ração é a opção mais prática, mas não necessariamente a melhor”. Apesar de ela ter vantagens de armazenamento e vir com especificações de quantidade apropriada e de balanceamento na própria embalagem, “muitos animais desenvolvem problemas endócrinos, renais e de pele que apenas melhoram quando deixam de se alimentar com ração”, explica. Isso também se mostra, em alguns casos, determinante para os pets castrados, que passam a ter uma incidência hormonal diferente.


Quando o tutor decide deixar a ração ou o bichinho apresenta algum fator como os citados acima, Rossi sugere a adaptação à alimentação natural, balanceada de acordo com o porte físico e a idade do pet. Nesses casos, também é recomendado que o tutor consulte um veterinário nutricionista. “Na alimentação natural, geralmente são utilizadas matérias-primas como as que comemos, ‘de primeira’”, comenta Rossi, observando que as rações costumam ser fabricadas a partir de “subprodutos”.


Outro ponto é a quantidade, que acaba sendo maior quando se trata de uma alimentação natural. “No caso da ração, ela é triturada, vira uma massa, é desidratada e, então, prensada”. Quando ingerida pelo pet, na hora em que ele bebe bastante água, a ração incha na barriga. “Com a comida é o contrário, ela vem com bastante água”, por isso acaba sendo dada em, teoricamente, uma maior quantidade.


É saudável oferecer carne crua?


A carne pode ser dada crua, mas é preciso, primeiramente, congelá-la. Isso é o que explica o veterinário, que indica deixar a carne no freezer entre duas e três semanas para eliminar as bactérias e somente após isso oferecê-la para o animal de estimação. Outra maneira de eliminar as bactérias da carne é cozinhando-a.


Leite faz bem?


Aí está um equívoco comum. De acordo com Danilo Rossi, o leite deve ser dado apenas para filhotes, quando as mães não conseguem amamentá-los. No caso dos gatos, essa fase pode se estender até cerca dos 2 meses. Para os cachorros, dura em torno de um mês e meio. “Depois disso, o leite não tem nenhum benefício para o animal e pode, inclusive, causar desconforto abdominal e disenteria quando dado em excesso”, ressalta o veterinário.


Sobre a ideia de que o leite pode ajudar no processo de desintoxicação, caso o pet tenha consumido algo que faça mal para ele, Rossi explica que, quando o animal ingere algo não tão nocivo, o leite pode ajudar apenas a expelir a substância, por provocar uma reação no suco gástrico.


Mas atenção: “A maioria das intoxicações são causadas por veneno na grama e afins, que são mais fortes”, frisa. Então, em vez de oferecer leite para o bichinho de estimação, o melhor é levá-lo para um especialista e analisar o que pode ter causado a intoxicação, para auxiliar no trabalho do veterinário.


Capim ajuda na digestão?


Na realidade, o pet procura por capim quando ele está com cólicas gástricas, diz o médico-veterinário Danilo Rossi. Por isso, o tutor deve ficar atento se o animal se pôr a buscar “matinhos” com frequência, pois pode ser um sinal de que algo não anda bem. “O mato é fibroso e ajuda a aliviar o mal-estar. Ele auxilia na flora gástrica do pet. Tanto é que, às vezes, o animal come e, logo depois, vomita”.


O bicho de estimação ainda pode estar atrás de capim devido a algum outro problema gástrico ou por causa de um verme. Tudo isso também pode ser reflexo de uma alimentação não balanceada. Dessa maneira, o mato não vai sanar o problema, ressalta Rossi.


O ideal, portanto, é buscar um profissional qualificado para checar a saúde do pet e, nesses casos, providenciar um tratamento com prebióticos e probióticos, que ajudam a melhorar a cólica gástrica do bichinho.


Truque: Danilo Rossi diz que comprar aqueles vasos com matos vendidos especialmente para pets – feitos com plantas e ervas que não fazem mal à saúde gástrica do animal – pode ser útil para sinalizar o seu bem-estar. “Se o pet vai atrás disso todo dia, o tutor deve ficar em alerta”.


Um docinho está liberado?


Não! De acordo com o profissional da área, dar doces e principalmente chocolates para o pet é totalmente contraindicado. Isso porque “o chocolate tem uma enzima que os animais não conseguem metabolizar. Então, ela funciona como um veneno e os intoxica”.


Os doces podem também causar obesidade e fazer com que o bichinho adquira um quadro de diabetes. “Infelizmente, é rotineiro animais chegarem à minha clínica com muitos problemas provocados por doces na alimentação”, arremata Danilo Rossi.


Fruta sempre cai bem?


Quando se opta por uma alimentação natural ou balanceada com o consumo de frutas, é preciso observar algumas restrições. “O principal é evitar as frutas cítricas e muito gordurosas, ainda mais quando se trata de animais com problemas renais e urinários”, diz Danilo Rossi.


O veterinário também cita o cuidado que se deve ter com frutas que possuem sementes. O indicado, no geral, são as frutas massudas, como pera e maçã. “Elas são excelentes”, conclui o especialista.


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