Confira dicas para combater a dermatite atópica

Um dos tipos mais comuns de alergia cutânea, a dermatite atópica é um problema crônico, que piora nos períodos de frio

Por: Brenda Bento  -  12/09/21  -  11:58
Atualizado em 12/09/21 - 11:59
 O problema ainda pode vir acompanhado de asma ou de rinite alérgica
O problema ainda pode vir acompanhado de asma ou de rinite alérgica   Foto: Adobe Stock

Também chamada de eczema atópico, a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia cutânea. A dermatologista Carolina Zaparoli explica que é uma doença genética, crônica e que provoca pele seca, erupções que coçam e crostas. E o problema ainda pode vir acompanhado de asma ou de rinite alérgica.


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A médica acrescenta que a doença pode piorar tanto no outono quanto no inverno por serem estações mais secas. Sem contar que, com as temperaturas mais baixas, tendemos a tomar banhos mais quentes, hidratar menos a pele, além de usar roupas de lã e outros tecidos que podem causar coceira na pele.


A principal característica da enfermidade, segundo Carolina Zaparoli, é a pessoa apresentar pele muito seca e com coceira, o que costuma gerar ferimentos. A região ainda fica vermelha e grossa. “Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. O eczema pode provocar comichão intensa, e o ato de coçar a lesão pode deixá-la bem mais irritada e pruriginosa”.


A doença costuma ser dividida em três estágios: fase infantil, dos 3 meses aos 2 anos de idade; fase pré-puberal, dos 2 aos 12 anos; fase adulta, a partir dos 12. Porém, os casos são mais comuns em crianças. Detalhe: a dermatite atópica pode acometer qualquer parte do corpo, sendo mais recorrente nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos.


Diagnóstico

Como o eczema atópico é doença crônica, a médica destaca que não tem cura. “Acontecem períodos de remissão e de exacerbação, no entanto é possível controlar com tratamento, evitando as irritações e mantendo a pele hidratada”.


Em crianças, o problema normalmente começa a desaparecer por volta dos 5 ou 6 anos, mas as crises podem vir a ocorrer com frequência. Já em adultos, é geralmente uma doença prolongada ou recorrente.


Segundo Carolina Zaparoli, não há nenhum exame específico para realmente detectar a dermatite atópica, sendo que o diagnóstico é clínico e feito pelo médico através da análise da pele ou durante uma consulta de rotina. “Em casos duvidosos, pode ser realizada uma biópsia da pele”, completa a dermatologista.


Tratamento

A base do tratamento para a dermatite atópica não é apenas medicamentosa. Ela inclui os hidratantes e uma maior atenção aos hábitos cotidianos.


“Hidratar a pele muitas vezes ao dia com produtos neutros é a recomendação básica para qualquer pessoa com esse diagnóstico. Outros hábitos importantes para esta época do ano são usar roupas de algodão que permitam a ventilação da pele e tomar banhos com água mais fresca de no máximo cinco a dez minutos de duração, sem recorrer a buchas e utilizando pouco sabonete”, diz Carolina. “Esses cuidados se praticados de forma contínua melhoram bastante a qualidade de vida da pessoa. Além disso, nos períodos de crise e exacerbação da doença, pode ser recomendado o uso de pomadas com corticoides, antialérgicos e/ou antibióticos sistêmicos, visando a melhora e o controle dos sintomas”, arremata a dermatologista.


Tenha menos crises Não existe algo que possa ser feito para evitar a dermatite atópica, já que trata-se de uma doença geneticamente determinada. Mas a médica reforça que existem alguns cuidados importantes para não ter tantas crises. Entre eles: fortalecer a barreira da pele, evitando o contato com alérgenos ambientais, como poeira, pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza e tabaco; os banhos quentes devem ser evitados ao máximo – o ideal é tomar duchas frias ou mornas, pois a água quente resseca ainda mais a pele; devem ser utilizados sabonetes especiais, sintéticos, antiressecamento, respeitando o pH da pele.


Por fim, Carolina Zaparoli explica que a dermatite atópica não é uma doença contagiosa e que a alimentação não está associada com o problema. Só que alguns estudos sugerem que alergias alimentares podem piorar o quadro.


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