2019 pode ser o ano para conhecer e construir novas amizades

Interações de pessoas podem ser um atrativo para o ano de 2019. Basta tomar a iniciativa

Por: Joyce Moysés  -  28/01/19  -  21:40

Em viagem recente a Punta Cana, destino de praia badalado na República Dominicana, Leandro percebeu um grupo falando português no ônibus turístico. “O sotaque das moças era do Sul do Brasil. Então, como bom gaúcho, me aproximei e perguntei de onde vinham. Que coincidência! Nasceram e moravam na minha cidade natal, São Leopoldo. Fomos nos identificando até que descobrimos que elas eram vizinhas dos meus pais. Que baita prazer encontrá-las em outro país. Quando as pessoas se abrem para uma conversa, surpresas bacanas como essa podem ocorrer”.


Reforço às boas ações


Outro caminho interessante para manter uma boa conversa é o do elogio, na visão de Leandro. Mas sem forçar a barra, ou a pessoa ficará desconfiada de que está sendo zoada. De uma maneira gentil, dá para introduzir um comentário positivo, de aprovação – por exemplo, ao observar o vizinho de guarda-sol na praia reunindo os palitinhos de sorvete e latinhas numa embalagem para jogar depois no cesto de lixo.


Melhor ainda é também ter uma atitude louvável, como ajudar uma pessoa a fixar o guarda-sol na areia. Nesse momento, também está dando chance à interação com sua atitude. “Às vezes, a pessoa está sentada mais à frente no avião, e sua mala ficou mais atrás. Isso acontece frequentemente comigo em voos. Eu vejo que ela está esperando os passageiros saírem para se locomover e digo ‘pode deixar que eu entrego a você quando passar aí’ e já puxo um assunto. Cuidado apenas para não parecer invasivo ou que está dando uma cantada. Por isso, fazer piada pode ser perigoso. Já o elogio, pode praticar, porque isso é forte”, reforça Leandro.


Sorrir abre uma estrada


Para as pessoas socializarem mais, facilitarem novos contatos, falar e ouvir sorrindo é outro trunfo. E quem assiste aos vídeos publicados no Linkedin por Pedro Marata, palestrante e coach de vida e carreira certificado pela ICF – International Coach Federation, pode atestar isso. Esse português que já morou em vários países e escolheu o Brasil sorri com frequência. “Faz parte<QA0>


da linguagem não verbal e mostra que você está receptivo a uma aproximação, mesmo que on-line”, explica ele, que está presente nessa rede social desde agosto de 2018 e já se relaciona com 1.800 internautas, atraídos pelos seus conteúdos de coaching pessoal e de carreira. Desse contingente, já conheceu ao vivo quase 60 pessoas.


Para ter uma boa comunicação, é essencial ainda adequar sua conversa ao seu propósito, de acordo com Pedro, que fundou a plataforma realidadepositiva.com para fortalecer a autoconfiança e a atitude empreendedora, além de orientar como superar o medo do fracasso ou sucesso e gerenciar o tempo. “Parece óbvio, mas quantas vezes você é abordado por alguém sem que entenda o que ele diz e pretende? Você quer um novo amor? Ou fazer amizades? Ou ainda ter quem indique seu currículo a empregos melhores que o atual? Muitas vezes, estamos diante de uma pessoa importante para nós, mas falhamos na conversa pela falta de clareza do que desejamos”.


Empatia mesmo sem simpatia


Pedro concorda com Terry Gross sobre a importância da empatia, que é aquela capacidade de se colocar no lugar do outro. “Mesmo quando não simpatizamos muito com o recrutador, numa entrevista de emprego, é importante que ele goste de nós. A empatia nos dá a chance de saber como o outro está pensando e gostaria de interagir. Facilita achar a resposta para esta dúvida comum: o que será que ele quer dizer com isso?”, detalha o coach, alertando que tem empatia quem ouve atentamente.


De fato, saber ouvir é uma habilidade preciosa, posto que, às vezes, o que mata uma conversa é a ansiedade de falar – tanto de si quanto de tudo e todos. Daí, o interlocutor se cansa e vai embora. “Como está difícil encontrar quem queira ouvir o que o outro tem a dizer, quem o faz é como se desse um presente na forma de acolhimento, respeito, consideração. É por isso que ouvir atentamente cria uma empatia grande!”


Outro ponto importante é a pessoa ter repertório cultural para poder conversar sobre vários assuntos – e a leitura, o estudo ajudam bastante. “Mesmo assim, num primeiro encontro, muitas vezes somos surpreendidos. Para dar um exemplo, conversava certa vez com uma moça sobre coaching sem saber que ela era francesa, o que demonstra que eu não havia estudado muito bem o perfil dela no Linkedin. Quando comentou ‘sou francesa’, eu respondi: ‘É mesmo? Não sabia’. Ela: ‘Como não sabia? É a primeira coisa que aparece no meu Linkedin’. Eu temi que ela interpretasse minha distração como desinteresse ou falta de profissionalismo. Pensei: Nossa, que ruim a minha apresentação!”.


Pedro procurou modificar a primeira impressão contando que já visitou o país natal dela, que acha lindo demais, e pronunciou palavras amigáveis em francês para estabelecer alguma identificação. “Se estou numa entrevista de emprego e vejo na sala que o recrutador tem fotos indicando que seu hobby é jogar tênis, por que não fazer um comentário agradável a respeito desse esporte?” Ao falar de algo que o outro gosta, você estará ativando no cérebro dele a liberar hormônios que geram uma sensação de bem-estar, conforto e recompensa.


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