Continuidade. Foi o que sugeriu Rogério Caiuby, conselheiro-executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Conforme ele, mesmo com a futura alternância do poder local, o plano traçado deve ser seguido até o final, para render os frutos esperados.
O convidado do Summit São Vicente enfatizou que a sucessão na gestão não pode acabar com a estratégia definida. Ainda que haja adaptações feitas por quem for eleito após Kayo Amado, seja no ano que vem ou em 2028, a espinha dorsal precisa ser mantida e executada até sua conclusão.
“Nenhuma transformação acontece em menos de oito, dez, 12 anos. Em outras palavras, teremos transições. Em algum momento, até 2032, teremos outros gestores. É fundamental, para tirar o planejamento do papel, que o plano continue ou o norte dele seja mantido”, defende.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), concorda com o executivo. Para ele, ainda que ocorram trocas na prefeitura, o plano deve ser trilhado, afinal “é necessário ter um norte” pensado.
População
Caiuby disse que o papel da população vai ser fundamental nesse processo, para que os administradores deem sequência ao que foi elaborado. “Quem consegue, de alguma forma, manter o plano é a sociedade, que tem de abraçar e mantê-lo consistente ao longo dos próximos nove anos”.
Marcelo Asquino destacou que a população tem mais uma função neste processo: apontar caminhos. Por isso, foi criado um portal, a fim de colher opiniões, que vão ajudar na definição do trajeto a ser seguido daqui por diante.
“É uma consulta pública. Quanto mais pessoas puderem contribuir com suas opiniões, melhor será, para acertar consensos mínimos, que envolvem a população em relação ao desenvolvimento da cidade”, disse o diretor da Macroplan. “Nada melhor do que ouvir quem tem a vivência da Baixada e de São Vicente, seja morando, frequentando ou trabalhando, para entender se a ideia do projeto vai caminhar no sentido certo”.
Investimento na região central visa a geração de empregos
Kayo Amado explica por que as ações de curto prazo, previstas no plano São Vicente de Cara Nova, se concentram na região central, não chegando à Área Continental. Segundo o prefeito, há dois motivos: o tipo de verba destinada às obras e, principalmente, a necessidade de geração de empregos para os vicentinos.
“O projeto visa reunir e organizar investimentos de infraestrutura turística, de forma organizada, para fazer a cidade voltar a crescer em um dos eixos que mais geram emprego: centro e praia. A relação com cultura, turismo, comércio popular, que é muito forte... É um conjunto de obras que vai atrair novos negócios”, prevê.
O chefe do Executivo destaca que quem vai usufruir dos resultados do programa é, justamente, o morador de bairros mais periféricos. “Vão ocupar (os novos postos) aqueles que estão na comunidade, precisando de oportunidade”.
Contribuindo com o debate sobre o mercado de trabalho, o cientista de dados e sócio-fundador da Data Center Brasil, Rodolfo Amaral, acrescenta uma informação: a cidade carece de mais vagas. “São Vicente bateu a casa de 31 mil microempreendedores individuais (MEIs). A cidade tem mais MEIs do que empregos formais. Há quem seja (microempreendedor) por falta de emprego”.
Verba específica
Amado explica, ainda, que não pode levar esse investimento a outras áreas, pois a verba tem direcionamento específico. “Esse tipo de investimento, de infraestrutura turística, só pode ser feito ali, não em outro local”.