Presença de mulheres já é maior nos cursos de Engenharia Civil

Percentual saltou de 29% em 2010 para 37% neste ano nos bancos das universidades

Por: ATribuna.com.br  -  30/09/23  -  13:39
Dados da Universidade Santa Cecília (Unisanta) apontam que 37% dos alunos matriculados atualmente no curso de Engenharia Civil da instituição são mulheres
Dados da Universidade Santa Cecília (Unisanta) apontam que 37% dos alunos matriculados atualmente no curso de Engenharia Civil da instituição são mulheres   Foto: Adobe Stock

Na Baixada Santista, o cenário também é otimista. Dados da Universidade Santa Cecília (Unisanta) apontam que 37% dos alunos matriculados atualmente no curso de Engenharia Civil da instituição são mulheres. Em 2010, o percentual feminino era de 29%.


“Cada vez mais as mulheres vêm crescendo no âmbito da Engenharia, principalmente na Civil. Hoje já temos salas com metade dos alunos formada por mulheres”, analisa a engenheira Nilene Janini de Oliveira Seixas, coordenadora do curso de Engenharia Civil da Unisanta e professora no curso técnico de Edificações nas ETECs Ruth Cardoso (São Vicente) e Aristóteles Ferreira (Santos). “Quando me formei, em 1996, éramos apenas oito mulheres numa sala de até 80 alunos”, compara.


Na opinião de Nilene, o setor passou por modificações. “O mercado de trabalho também já reconhece a mulher na obra comandando equipes: todos sabem que elas são mais perfeccionistas, reparam em erros na construção, são mais exigentes na hora da entrega de um apartamento e também mais humanas ao lidar com as pessoas e os problemas.


Universo
Aos 36 anos, a engenheira civil Luciana Salazar também acredita que o mercado está melhor para as mulheres.


O número de mulheres trabalhando no setor aumentou muito. Construção civil não se resume a canteiro de obra. Existe um universo de pessoas em torno dos nossos canteiros que trabalham para auxiliar a obra em sua execução. E esse universo tem se tornado muito feminino ultimamente (tanto nos departamentos auxiliares quanto na obra em si). Em uma empresa que trabalhei, cerca de 40% dos engenheiros de campo eram mulheres e, no escritório, minha equipe era 100% feminina, com seis engenheiras e três assistentes”, conta Luciana, que mora em Praia Grande.


Durante 12 anos, trabalhei diretamente com obra, onde acompanhava produção e era responsável pela mão de obra. Há cinco anos trabalho na gestão, não uma obra específica, mas cuidando da parte de planejamento, custo, qualidade e suprimentos”, diz a engenheira.


Quanto aos desafios, ela afirma: “No início da carreira, era difícil para um pedreiro experiente aceitar que uma estagiária conferisse seu serviço, por exemplo. Mas no quesito mundo corporativo, não senti preconceito. Nunca tive problemas de questões salariais, mas sempre tive que fazer mais para ter o mesmo reconhecimento”.


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