Tecnologia e inovação observadas em Israel inspiram empresários e autoridades no Brasil

As inovações tecnológicas e as soluções arrojadas de proteção de dados desenvolvidas por startups de Israel inspiram empresários e autoridades da Missão Internacional Porto & Mar Brasil-Israel 2023 a reproduzirem iniciativas do tipo nos portos e terminais brasileiros. Com este espírito, o grupo encerrou nesta quarta-feira (31) a agenda de quatro dias no país que é referência em tecnologia e inovação.

Após passagens por Tel Aviv e Ashdod, na quarta-feira foi a vez de Jerusalém ser visitada pela comitiva. Pela manhã, o destino foi a empresa Mobileye. À tarde, a Autoridade de Inovação de Israel (Israel Innovation Authority). O contato com soluções inovadoras foi destacado pelo diretor comercial do Grupo Tribuna, Demetrio Amono.

“O resultado é fantástico, porque a gente veio com uma expectativa alta e a superamos. Embarcamos com o objetivo de ter contato com tecnologia e inovação e nos surpreendemos porque Israel é um país que conseguiu, apesar das suas dificuldades, se superar e virar referência mundial de inovação e tecnologia. Dentro desse ambiente, o Grupo Tribuna conseguiu viabilizar um acordo para trazer a Santos a Embaixada de Inovação do Porto de Ashdod, que é o principal de Israel”.

Ele viu nas mesas redondas entre os brasileiros e as startups israelenses um diferencial. “A gente tem que aproveitar essas portas que se abriram para tentar resolver as nossas dores, os problemas que nós temos, como os gargalos. Vimos como eles são determinados, enxergam o problema e buscam as soluções até o fim. É o país das startups. De cada 100 iniciativas, 4% se viabilizam, enquanto a média mundial é de 2%. De 100 iniciativas, 96 você joga fora e quatro são aproveitadas. Assim, eles criaram o Waze, o pen drive. A gente tem que mudar nossa cultura, pensar no longo prazo”.

Lições pessoas e profissionais
O empresário e apresentador Maxwell Rodrigues, organizador da missão internacional, afirmou que todos retornam ao Brasil com lições pessoais e para suas empresas. “Quando a gente pode sonhar, pode realizar. Essa é a lição. O setor portuário tem muitos desejos, uma vontade imensa de mostrar ao mundo cada vez mais o potencial do nosso setor. No Brasil, temos hoje um nível de automação muito bom na comparação com outros portos do mundo e está na hora de exportarmos nosso conhecimento”.

“Vamos levar na bagagem muita oportunidade para o nosso setor portuário, não só para o Porto de Santos. Dessa vez, fomos um pouco mais longe, a gente está olhando para o Brasil todo. Esses grandes executivos querem entregar algo para o setor portuário, mas para o País também. A gente tem muito potencial para fazer”, complementou Rodrigues.

No radar
A partir das experiências observadas e os acordos firmados, o secretário de Governo de Santos, Fábio Ferraz, afirmou que será possível estruturar o Parque Tecnológico na Cidade.

“A gente sai daqui com boas ideias. A partir de agora, vamos ter a possibilidade de estruturar o nosso Parque Tecnológico, firmar boas parcerias, como já ocorreu aqui, e fazer com que a gente possa consolidar em Santos um grande hub de tecnologia da informação. Nosso indutor econômico é a atividade portuária”.

Aspectos positivos
Tomando como exemplo parte da agenda de ontem - a visita à empresa Mobileye -, o diretor-presidente da MSC, Elber Alves Justo, observou que a cooperação israelense é um aspecto muito positivo. “Trabalhando em conjunto, a gente pode atingir resultados importantes. A diferença é que aqui o estado é um pouco menos engessado, talvez, com mais autonomia, com mais possibilidade de investimentos sem passar por processos licitatórios, o que traz bastante ganhos para esse processo”.

O diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, não tem dúvidas: inovação é a palavra da vez. "Vimos todos os dias inúmeras startups, inúmeras tecnologias de ponta e que podem ser aplicadas. Foi uma experiência sensacional. Não somente para terminais portuários, como também para toda rede de fornecedores dos terminais e da comunidade da Baixada Santista. Nós pretendemos criar um centro de inovação utilizando o Parque Tecnológico”.

Viagem produtiva
Para o diretor da Van Oord, Erick Aeck, a viagem a Israel foi bastante produtiva. "Como o país é conhecido globalmente como o Estado das startups, procurei observar bastante quais eram as inovações relacionadas, principalmente, à segurança às operações. Segurança para a gente é palavra-chave, então chamaram a nossa atenção as inovações relacionadas às nossas operações e tudo aquilo que pudesse mitigar um risco aos nossos equipamentos, ao nosso pessoal e ao meio ambiente”.

Já a sócia-fundadora da Revoredo Advocacia, Daniella Revoredo, afirmou que chamou a sua atenção “a tecnologia utilizada nos terminais, na movimentação dos contêineres e na proteção a ataques cibernético. É muito interessante. Imagina você perder informações de um porto como Ashdod? Então, é muito delicado e eles trabalham para evitar qualquer tipo de ataque cibernético. É muito forte a segurança que eles têm aqui”.

Lições
O sócio do Grupo Yamam Serviços de Segurança, Portaria e Limpeza, Eduardo de Pinho Freire, disse que há muito a aprender com Israel. "É um país com 10 milhões de habitantes, muito focado em segurança. Assistimos a algumas apresentações de startups voltadas para esse segmento, observamos a questão de drones, a identificação de não utilização de EPIs, que acaba atingindo a parte de segurança. Foi uma missão espetacular, saio daqui com muito aprendizado, muito conhecimento”.

O presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco, parabenizou o Grupo Tribuna. “Parabéns ao Grupo Tribuna, pois essas viagens são sempre de grande conhecimento. Tivemos um grupo bem formado, com o governo participando, a Antaq, as principais empresas do Porto de Santos. Visitamos um país que está na vanguarda da tecnologia e encontramos várias soluções que a gente pode trazer para o Porto de Santos”.

Para o diretor comercial da Brasil Terminal Portuário (BTP), Cláudio Oliveira, a cultura israelense de inovação merece elogios. “Eles são muito preocupados com ataques cibernéticos e de proteção das redes, o que é muito importante no negócio. E o que nós vimos em termos de atividades portuárias, no terminal de contêineres, que para a BTP é o nosso foco, foi muito positivo. Conhecemos muita inovação e tecnologia”.