Nova versão do PAC pode tirar do papel terceira ligação entre Baixada Santista e Planalto
Com crescimento contínuo do Porto de Santos, nova opção rodoviária é cada vez mais necessária
Um dos projetos mais aguardados pelo setor portuário, a terceira ligação rodoviária entre o Planalto e a Baixada Santista pode receber recursos do Governo Federal para sair do papel. A possibilidade foi levantada pelo secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, durante o 1º Encontro Porto & Mar, terça-feira (18), no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.
“Sob orientação do nosso secretário-executivo, nós estamos projetando só para o setor portuário, R$ 300 milhões ao ano para poder fazer projetos de obras públicas, estruturantes. E eu tenho certeza que um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderia financiar o projeto dessa terceira via. Uma vez o projeto pronto, é concessionar, como foi feito aqui. A obra foi feita 100% pela iniciativa privada por meio de uma concessão (Rodovia dos Imigrantes, pela Ecovias)”.
No discurso de abertura do evento, o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, destacou a importância da construção de uma terceira via para a Baixada Santista.
“No ano passado, o Porto de Santos movimentou 162,4 milhões de toneladas, um crescimento de 10,5% sobre 2021. As projeções para 2023 são de crescimento também, mas como vamos crescer se um acesso rodoviário? Temos hoje três alternativas: a Parelheiros, a terceira pista da Imigrantes e a pista que vem do Rodoanel. Precisamos urgente desse novo acesso ao Porto de Santos, só assim ele continuará crescendo”.
Em outro momento, Pierdomenico apontou que essa obra deve ser encarada como prioridade pelo Governo do Estado, em nome de uma pluralidade de projetos que podem beneficiar o Porto de Santos. “O Governo de São Paulo deveria esquecer o túnel (ligação seca Santos-Guarujá) e focar na construção da terceira pista. O túnel é de área federal”.
No último domingo (16), A Tribuna mostrou que o Estado já está desenvolvendo estudos técnicos iniciais para terceira alternativa rodoviária ao trecho Litoral-Planalto, entre a Baixada Santista e a Grande São Paulo, “com foco no custo-benefício e em transportes de cargas que desçam ao Porto de Santos”, como a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos frisou à Reportagem, em nota.
O secretário-executivo de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão, comentou que uma das diretrizes do Governo Federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, é classificar os empreendimentos que terão uma espécie de Selo PAC – o antigo Programa de Aceleração de Crescimento receberá outro nome, mas seguirá com o propósito de investir em infraestrutura.
“A gente está mapeando o que é importante, com investimento estruturador, como a Fips (Ferrovia Interna do Porto de Santos), mas outros empreendimentos que precisam ter uma atenção fundamental para que a Autoridade Portuária, independentemente dos processos de médio e longo prazos, consiga fazer”.
Representante da Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, o diretor-presidente da EcoRodovias, Rui Klein, disse que a companhia possui um anteprojeto pronto para a construção da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes e que há interesse em apoiar tanto a construção dela quanto do túnel Santos-Guarujá.
No entanto, Klein também pontuou que a concessionária vem realizando obras rotineiras de infraestrutura no SAI. “Hoje, aqui, foi falado do nível de serviço na entrada da Cidade. Mas, as obras estão andando. Tem obras na segunda fase do binário, obras em andamento no Casqueiro (Cubatão) e em São Vicente. Estamos, há dez anos, investindo ininterruptamente na Baixada Santista. Contem conosco para essa próxima jornada”.
