Modelo alternativo de governança ao Porto de Santos é debatido no 1º Encontro Porto & Mar

Secretário nacional de Portos cita zeladoria compartilhada entre Autoridade Portuária e operadores privados

Por: Bárbara Farias  -  19/04/23  -  07:27
O 1º Encontro Porto & Mar 2023 foi realizado no auditório do Grupo Tribuna
O 1º Encontro Porto & Mar 2023 foi realizado no auditório do Grupo Tribuna   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Um modelo alternativo de governança, em que a zeladoria do Porto de Santos é compartilhada entre a Autoridade Portuária pública e os operadores privados por meio da criação de um condomínio. A proposta foi apresentada à comunidade portuária pelo secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, nesta terça-feira (18), durante o 1º Encontro Porto & Mar 2023, realizado no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.


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Após um discurso de boas-vindas aos convidados feito pelo diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, o mediador do encontro e apresentador do programa Porto 360°, da TV Tribuna, Maxwell Rodrigues, deu início ao debate. Nele, o Pierdomenico e o secretário-executivo de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão, foram sabatinados pelos demais convidados sobre temas relacionados ao complexo portuário santista.


Os pontos discutidos foram serviços da Autoridade Portuária, aumento de capacidade, infraestrutura de acesso, integração de modais, mobilidade, aplicação de tecnologia, mão de obra, novo acesso ao Planalto e avanços necessários aos modais ferroviário, aquaviário e rodoviário.


Pierdomenico comentou sobre a criação de um condomínio em Santos ao ser questionado sobre os serviços da Autoridade Portuária pelo gerente geral de Logística da Eldorado Brasil Celulose, Flávio da Rocha. Até o ano passado, vale lembrar, o Governo Federal defendia a desestatização da Santos Port Authority (SPA), gestora do Porto, com seus serviços. Contudo, a nova gestão federal defende a Autoridade Portuária pública.


“O que é esse conceito? Em Santos, nós temos uma comunidade portuária muito madura que pode caminhar para esse tipo de atividade em que a zeladoria do Porto e, tudo isso que você elencou — dragagem, acesso, buraco no chão, energia, saneamento —, na forma de um condomínio, possa ser repassado para os operadores portuários que atuam no Porto de Santos”, explicou o secretário.


Também participaram do debate o vice-presidente da Rumo Logística, Guilherme Penin; o CEO da BTP, Ricardo Arten; o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco; o secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi; o diretor de tecnologia da T2S, Ricardo Pupo; o diretor-presidente da EcoRodovias, Rui Klein; e o diretor-presidente do Porto de Suape, Marcio Guiot.


Arten salientou que “o condomínio é uma ótima solução, mas o que mais me preocupa é fazer isso acontecer” e questionou Pierdomenico sobre a viabilidade da proposta. O secretário nacional de Portos se mostrou otimista. “Primeiro, debatendo muito e eu estou aceitando propostas da iniciativa privada para pensarmos juntos a governança, como seria essa governança. O maior desafio é como juntar 60 ou 70 operadores que são concorrentes em um condomínio”.


Diante dessa proposta e outros temas abordados, Gusmão fez um balanço positivo do 1º Encontro Porto & Mar. “Essa iniciativa faz a gente convergir as ideias e transformá-las em coisas práticas. Eu saio daqui convencido de que nós estamos no caminho certo, que as parcerias podem continuar. A gente não precisa vender a Autoridade Portuária. Saio com a confiança das empresas no novo governo para buscar as soluções que elas precisam na parte logística”.


Para o CEO da BTP, que enfatizou sobre a necessidade de investimentos em acessos, o encontro foi muito produtivo. “Fiquei impressionado com a forma como os secretários levaram os assuntos que nós endereçamos. Eu tenho certeza de que esses pontos serão levados para Brasília, serão considerados nas discussões para que se encontre um conjunto de soluções para que a gente consiga sobrepassar todos esses desafios”.


Em sua participação, o presidente da ACS frisou que investir em qualificação de mão de obra deve ser encarado como prioridade, bem como as relações de trabalho no setor portuário. “Nós precisamos realmente avançar com esse tema”.


O vice-presidente da Rumo Logística que mencionou durante o debate os investimentos feitos em infraestrutura, ressaltou a necessidade de melhorias nos acessos e na integração de modais para atender ao escoamento das commodities, ponto forte do Brasil na exportação.


“Somos o País mais produtivo da porteira para dentro na soja, no milho, no açúcar, no algodão. Temos as mais extraordinárias produções de minério de ferro e somos os mais produtivos em celulose, e o mundo precisa demais de nós. Temos que abraçar essa oportunidade. Além disso, Santos é a solução mais eficiente”.


Sobre a relação Porto-Cidade, o secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, disse que saiu confiante quanto ao avanço de políticas públicas. “Falamos de inúmeros temas que são caros ao Município e ao Porto. Tenho convicção de que daqui sairão inúmeros trabalhos e ideias que vão melhorar o dia a dia do cidadão santista”.


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