Ausência de terceira estrada para Porto de Santos preocupa setor: risco de colapso

Assunto foi debatido durante 2º Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna em Brasília

Por: Bárbara Farias e Ted Sartori  -  27/09/23  -  16:08
Atualizado em 27/09/23 - 19:18
Terceira via pela Anchieta-Imigrantes não entrou nem no PAC nem é prioridade do Governo do Estado, lembram autoridades
Terceira via pela Anchieta-Imigrantes não entrou nem no PAC nem é prioridade do Governo do Estado, lembram autoridades   Foto: Bárbara Farias

A ausência de uma terceira estrada, além do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), para o Porto de Santos preocupa empresários do setor. Há risco de um colapso em alguns anos, pela falta de estrutura rodoviária para transporte de cargas em caminhões.


"Isso não entrou no PAC nem é prioridade para o Governo do Estado. Mas todos nós que estamos no Porto sabemos que é prioridade", afirma o diretor de Operações Portuárias de Contêineres, Veículos e Carga Geral da Santos Brasil, Roberto Teller.


O assunto foi abordado no primeiro painel do 2º Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna na tarde desta quarta-feira (27), em Brasília. O tema foi “Novo PAC - Retomada de investimentos e Redução de Custos. O que pensa o mercado?”


"Existem estudos que, em relação ao que tem acontecido, entre 2029 e 2030 certamente não entra nem sai mais caminhão ou carro do Porto de Santos pela Anchieta-Imigrantes", afirma Teller. "Em 2023, houve pequena redução de contêineres, de 4%. Para o próximo ano, está previsto crescimento de, aproximadamente, o mesmo percentual. Ou seja, em 2024 será retomado o índice de 2022", emenda.


Capacidade e dragagem

CEO da Brasil Terminal Portuário (BTP), Ricardo Arten valoriza a competição entre portos, mas lembra que aumentar a capacidade é fundamental para o Porto de Santos nesse processo. Ele também foi um dos integrantes deste painel.


"Não podemos esperar a demanda para investir. A competição entre portos é sadia, mas se os outros ficarem na nossa frente, vão levar parte da nossa carga: Paranaguá (PR), Itajaí/Navegantes (SC), Rio de Janeiro, e acabamos perdendo capacidade", analisa. "Cada metro que você perde na dragagem é 700, 800 contêineres dos navios atuais. É muita coisa. Precisa resolver. Dragagem de manutenção é uma coisa e de aprofundamento é outra", emenda.


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