Acessos terrestres precisam de solução, dizem empresários ligados ao Porto de Santos

Eles participam do 2º Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna em Brasília, e apontam gargalos

Por: Bárbara Farias  -  28/09/23  -  07:29
O apresentador da TV Tribuna e mediador do encontro, Maxwell Rodrigues, comentou que é preciso “resolver os gargalos logísticos para que o Porto não perca competitividade
O apresentador da TV Tribuna e mediador do encontro, Maxwell Rodrigues, comentou que é preciso “resolver os gargalos logísticos para que o Porto não perca competitividade   Foto: Matheus de Paula Batista/Especial para A Tribuna

Empresários ligados ao Porto de Santos cobram, com urgência, soluções para os acessos terrestres envolvendo o maior complexo portuário do País, que se encontra à beira de um colapso - uma dura realidade evidenciada pelos constantes congestionamentos registrados tanto nas rodovias quanto na chegada aos terminais do porto santista. Esta foi uma das principais prioridades do setor elencadas durante o 2° Encontro Porto & Mar, realizado pelo Grupo Tribuna, nesta quarta-feira (27), no Windsor Plaza Brasília Hotel, na Capital Federal.


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Além de empresários, o evento reuniu especialistas em logística portuária e autoridades nacionais do segmento. Em dois painéis, foram abordadas as necessidades do mercado portuário e a viabilização dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para alavancar os negócios do Porto de Santos. No que tange aos acessos terrestres, destaque para a necessidade de melhorias na chegada às empresas e a necessidade de uma terceira pista ligando o Planalto até a Baixada Santista.


“A infraestrutura logística depende de investimentos. Quanto menos investimentos, menor é a eficiência das operações nos terminais e nos acessos. Os acessos e a operação ficam prejudicados”, afirmou o presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), Ricardo Arten. Hoje, o escoamento de cargas com destino ao Porto de Santos só ocorre, no modal rodoviário, por meio da Via Anchieta, pois a Rodovia dos Imigrantes é destinada a veículos de passeio.


No mesmo painel, intitulado “Novo PAC - Retomada de investimentos e Redução de Custos. O que pensa o mercado?”, o diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, defendeu que a segunda via de acesso para caminhões rumo à Baixada Santista deveria ter sido incluída no PAC, um vez que a obra não está entre as prioridades do Governo do Estado. “Nós temos problemas graves de acesso aquaviário, terrestre e interno ao Guarujá e Santos. Isso precisa ser tratado imediatamente”, ressaltou.


Teller afirmou ainda que “o Governo do Estado, na figura do Rafael Benini, secretário de Parcerias de Investimentos, disse, em 30 de setembro, que a obra não é uma prioridade. Nós estamos muito próximos de um colapso no Sistema Anchieta-Imigrantes em 2030. Se colapsar, não entra e não sai mais carga do Porto de Santos”.


Necessidade
Para o presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar), Marcelo Neri, a pista Planalto-Baixada também é a maior prioridade de infraestrutura logística. “Talvez, a obra mais importante de logística para a Baixada Santista, quiçá do Brasil, seja essa terceira via”.


O diretor de Desenvolvimento, Negócios e Regulação da Autoridade Portuária de Santos (APS), Eduardo Lustosa, ressaltou que três obras empatam em questão de prioridade para o Porto de Santos. “A infraestrutura portuária empata com três obras: túnel, berços de atracação e a terceira via de acesso ligando o Planalto ao Porto”.


Contudo, sobre o PAC, Neri lembrou que a maioria dos projetos previstos na primeira edição do Programa de Aceleração do Crescimento, em 2007, não foram realizados. “A Confederação Nacional de Transportes (CNT) defende que se tenha um banco de projetos estruturados, transparente e unificado para que a sociedade, os players, acompanham as obras”.


Competitividade
No discurso de boas-vindas aos convidados do 2º Encontro Porto & Mar, o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, ressaltou que a infraestrutura dos portos brasileiros não acompanha a velocidade dos investimentos privados.


“Conforme o aumento crescente da demanda mundial, todos os atores envolvidos na movimentação de cargas nos portos fazem esforços gigantescos para operar com agilidade, eficiência e produtividade. A infraestrutura dos portos já não atende mais a essa demanda. Precisamos olhar para frente, com muita responsabilidade, para que possamos manter os nossos portos cada vez mais competitivos. Não podemos fazer investimentos em obras estruturantes só se a demanda existir”.


O apresentador da TV Tribuna e mediador do encontro, Maxwell Rodrigues, comentou que é preciso “resolver os gargalos logísticos para que o Porto não perca competitividade nem sua posição de maior da América Latina por falta de infraestrutura”.


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