Gostaria de propor uma experiência ao amigo leitor. Deixe-se imaginar em uma boleia de caminhão dirigindo uma carreta trucada, ouvindo um bom sertanejo a caminho de Santos e carregado com 40.000 quilos na carreta.
Uma aventura e tanto que esta só por começar. Aumente o som, pois iremos começar a descer pela Anchieta a caminho do porto de Santos. Como sabemos pela Imigrantes isso não é possível.
Logo no início percebemos a divisão dentre muitos veículos e caminhões em trafegar pela direita ou pela esquerda. Ali é nosso primeiro ponto de atenção, ultrapassagens são impossíveis e o comboio de caminhões atrasam a nossa viajem. Olhos ligados nos espelhos e todo cuidado com veículos leves é pouco. Curvas e curvas onde nosso freio tem que estar 1000% em dia, o cheiro de borracha queimada é uma atração a parte pelo caminho. Imperdível é a falta de visibilidade em dias de neblina, a atenção fica redobrada. Continuamos trafegando pela direita, apesar de avistar caminhões ultrapassando pela esquerda.
Nesse momento surge a pergunta: Onde está a fiscalização para garantir segurança?
Óleo na pista, diminua a velocidade ainda mais.
Conseguimos, enfim chegamos ao litoral e de longe já avistamos o conhecido peixe da entrada de Santos. Onde estão as placas? Como acessar o porto?
Você pode sentir falta de sinalização, ou até talvez, nem seja tão necessário, pois alguns devem pensar que é obrigação conhecer o trajeto para chegar no maior da américa latina.
Deve ser aquele viaduto? Acertamos e finalmente estamos a caminho do porto de Santos na margem direita.
Teste de suspensão: iremos precisar diante de tantos buracos, trilhos e vias com paralelepípedos e pavimentação irregular. Se estiver chovendo cuidado com poças d’água, podem ser grandes buracos.
Ligue os faróis baixo, a iluminação é bem precária na via e você irá usá-los. Ao longo do trajeto veículos e caminhões estarão parados por quebra ou avaria.
Tenha disponível uma boa playlist com boas músicas. Quando da passagem de um trem você terá muito tempo para apreciá-las.
Chegamos ao terminal de destino na margem direita e iremos descarregar. Para o bom aproveitamento da logística, o frete de retorno é muito importante e iremos agora carregar na margem esquerda do porto.
Ligue o waze, placas de sinalização não irão ajudar.
Se for véspera de feriado enfrentaremos um bom trânsito pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni e certificar-se que outras playlists estejam disponíveis é muito importante. Somente o sertanejo possa não dar conta e repetir músicas não é algo agradável em nossa viagem. Façamos a opção pelo pop rock.
Passado o túnel dos quilombos já estamos na expectativa de chegada a margem esquerda.
Vire à direita na Rua do Adubo e pare. Sim ficaremos parados por um bom tempo.
Críticos poderão mencionar o agendamento, mas em nossa viagem imaginária estamos considerando que a produtividade está em primeiro lugar em detrimento de burocracias sem efetividade comprovada. Agendamento sem controle de acesso? Quantos acessam sem motivação?
Nosso GPS está em pleno funcionamento e isso nos levará ao nosso destino. Buracos, problemas viários e de sinalização se repetem por aqui também. Carregados partimos rumo ao interior do Estado de São Paulo.
E você deve estar perguntando? E os 1,5 bilhões de reais?
Estes estão no caixa da autoridade portuária.
Posterior as eleições continuamos debatendo se o gato é preto, branco ou pardo e não se ele caça ratos.
Por que focamos no efeito e não na causa?