Jovens da Fundação Casa da Baixada Santista relatam o que querem fazer após o período de internação

Alguns dos desejos são: ser cantor e compositor, voltar para a escola, dar um futuro melhor para a minha família

Por: Redação  -  03/10/21  -  16:06
Atualizado em 06/10/21 - 09:20
 Orientação psicossocial e profissionalização, o caminho para a não-reincidência
Orientação psicossocial e profissionalização, o caminho para a não-reincidência   Foto: Vanessa Rodrigues

Ser cantor e compositor, voltar para a escola, dar um futuro melhor para a minha família, dar orgulho para a minha mãe, trabalhar. Esses são, em geral, os desejos apontados pelos jovens internos para o dia em que ganharem a liberdade.


“Eu já faço minhas composições. Vou investir nisso”, diz um dos internos de Peruíbe, que até escreveu e cantou para a equipe de A Tribuna (confira a letra neste link). Muitos internos têm como ídolos cantores de funk, cujas letras falam de esperança e vida livre dos delitos.


“Quando eles saem, é preciso que exista uma rede de atendimento, uma interligação entre os setores, para que esse adolescente encontre outros caminhos”, diz o psicólogo Hélio Alves, professor da Universidade Católica de Santos, e que trabalhou, durante 18 anos, na antiga Febem, prestando atendimento a crianças e adolescentes abandonados. “Naquela época não havia ainda o ECA, e nosso trabalho era de ouvir e orientar os que tinham entre 7 e 14 anos e eram abandonados pela família”.


Hélio Alves fala que o trabalho em rede, que envolve principalmente a escola, é fundamental para identificar e orientar os jovens.


  Foto: Infografia-Mônica Sobral

Profissões

Os jovens também responderam que profissão gostariam de ter no futuro. As atividades citadas variam. Além de ‘funkeiro’, cabeleireiro, técnico em informática, caminhoneiro, comerciante, jogador de futebol, mecânico, entregador, portuário, e também profissões que exigem nível superior: médico, advogado, engenheiro.


“É nesse momento que as prefeituras e o Estado devem agir, quando eles deixam a internação com o propósito de mudar o curso da vida. Um curso de capacitação, um curso técnico, profissionalizante são opções que podem despertar o interesse e mostrar que dá para ganhar dinheiro de forma lícita”, pondera o arte-educador Fernando Braga, para quem também a cultura pode oferecer atividades profissionais das quais eles gostem.


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