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Se, por um lado, os pretos representam a maioria da população - 56%, correspondendo a cerca de 115 milhões de pessoas -, por outro não ocupam mais do que 5% dos cargos executivos nas organizações. “A situação piora quando falamos das mulheres negras, que respondem por 0,4% dessas posições nas 500 maiores empresas brasileiras”, afirma o presidente do comitê de gestão do Lide Equidade Racial, Ivan Lima, participante do debate.
Essa desigualdade também é atestada pelos dados do IBGE, apontando que, entre os 10% mais pobres da população, 78,9% são pretos e pardos, enquanto que a grande maioria dos 10% mais ricos (72,3%) são brancos. “Estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas também pertencemos ao grupo dos dez países mais desiguais do planeta”, avalia Lima.
Ele explica que os pretos não são descendentes de escravos, como ensinam os livros escolares. “Descendemos de grandes civilizações africanas, de reinados fortes e poderosos, de reis, rainhas, príncipes e princesas. Somos fruto de um povo que desenvolveu a escrita, as ciências, a astrologia e as pirâmides”, afirma.
Um exemplo de como gerar mobilidade social parte do aplicativo Akiposso+, apresentado no segundo painel do encontro. “Nós reunimos 40 mil pessoas, 80% delas são mulheres e a grande maioria é formada por mulheres pretas de comunidades carentes”, explica a criadora e CEO do Akiposso+, Andrea Napolitano.
A Akiposso+ é uma organização sem fins lucrativos que usa a tecnologia para promover a inclusão social e a transformação na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade, oferecendo vagas de emprego, cursos diversos, consultas de saúde e orientações para criação do próprio negócio, entre outras ações.
Um total de 400 parceiro
Outra iniciativa que pode ajudar a reduzir a desigualdade social do Brasil parte das ações do Instituto Ethos, que sensibiliza e ajuda as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável.
“É importante priorizar o eixo S do ESG principalmente ao reconhecermos o contexto social, econômico, político e institucional que o Brasil vive”, coloca a coordenadora de Projetos de Direitos Humanos do Instituto Ethos, Scarlett Rodrigues Cunha.
Scarlett explica que o trabalho realizado pelo Instituto Ethos inclui o diagnóstico da situação da empresa na agenda de diversidade, equidade e inclusão para que, de fato, ela possa adotar práticas e políticas mais assertivas.
De acordo com ela, invest