Companhias ampliam projetos no Eixo S

No segundo encontro da Agenda ESG, foram apresentadas três iniciativas locais

Por: Maria Carolina Ramos, colaboradora  -  29/10/23  -  07:14
Santos Brasil mantém, desde 2009, o Formare, oferecendo educação a jovens em situação de vulnerabilidade
Santos Brasil mantém, desde 2009, o Formare, oferecendo educação a jovens em situação de vulnerabilidade   Foto: Divulgação

O segundo encontro da Agenda ESG apresentou bons exemplos de empresas que realizam ações no eixo S, duas direcionadas às pessoas com deficiência (PCDs) e aos jovens, desenvolvidas pela Brasil Terminal Portuário (BTP) e pela Santos Brasil, e uma direcionada ao público interno.


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A importância da promoção de ações efetivas que incluam os jovens fica evidente pelos últimos dados do IBGE: cerca de 10,9 milhões de pessoas entre 16 e 19 anos não estão estudando e não estão trabalhando: são os nem-nem.


“É uma parcela da população que equivale a mais do que um Portugal que a gente desperdiça por ano. Por um lado, temos empresas afirmando que não encontram mão-de-obra qualificada e, por outro, há essa quantidade de jovens sem oportunidade nenhuma”, analisa o presidente da Fundação Iochpe, Claudio Anjos, um dos debatedores do encontro.


Santos Brasil
A Santos Brasil é parceira da Fundação Iochpe na realização do Formare, um programa de educação profissional para jovens em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa é desenvolvida desde 2009 e oferece curso de assistente administrativo na área portuária para jovens de 18 e 19 anos de famílias do Guarujá em situação de vulnerabilidade, aliando inclusão social e engajamento empresarial no campo do voluntariado.


Durante 15 meses, os jovens selecionados para o programa assistem 1,8 mil horas de aulas práticas e teóricas, ministradas pelos funcionários da empresa que atuam como educadores voluntários. Os jovens são contratados como aprendizes em regime CLT e recebem salário, material didático, uniforme, refeição na empresa, seguro de vida, vale-transporte e cesta alimentação.


Desde o início do programa, são cerca de 300 jovens formados e 80% atuando no mercado de trabalho, metade deles na Santos Brasil e colaborando como educadores voluntários.


BTP
Já pessoas com deficiência são qualificadas para o setor portuário pela Brasil Terminal Portuário (BTP) por meio do BTP para Todos, um curso gratuito intitulado “O Trabalho no Ambiente Portuário”. Essa iniciativa já integra o programa de inclusão social da companhia e, em nove anos, já qualificou cerca de 250 pessoas para o Porto de Santos.


Desse total, cerca de 50 participantes foram contratados para atuar no próprio terminal de contêineres. As aulas do BTP para Todos são presenciais e realizadas nas instalações da empresa, localizada no Bairro Alemoa, em Santos. O curso tem duração de dois meses e é ministrado voluntariamente pelos próprios colaboradores, que foram especialmente capacitados para participarem do programa.


A empresa oferece também material didático, alimentação e transporte para todos os participantes. “Mais do que atender a legislação, essa iniciativa consiste em um valor para a empresa. Deficiência não é incompetência”, afirma Claudio Luna Scalise, gerente de Recursos Humanos da BTP, que apresentou o BTP para Todos aos participantes do evento.


Terracom
Há 35 anos, os coletores que trabalham na limpeza urbana não tinham direito a ter conta bancária e eram impedidos de entrar nas agências bancárias. O depoimento é do diretor de Operações da Terracom, Antonio Neto, que enfocou as dificuldades que essa categoria de trabalhadores enfrentava com a população, de preconceito e exclusão social.


“De lá para cá, muita coisa mudou para melhor”, disse o diretor, orgulhoso de apresentar o programa da empresa intitulado Coletor Mirim na abertura do segundo painel do encontro da Agenda ESG. “Esse paradigma começou a ser quebrado quando, em 2018, uma criança disse que queria uma festa de aniversário vestida de coletor de lixo”.


De acordo com ele, as pessoas começaram a entender o serviço de limpeza pública como essencial. “Não se fala mais em homens do lixo, mas sim em trabalhadores que muitos chamam de amarelinhos por conta da cor da uniforme”, diz.


O programa consiste na participação de coletores em festas de aniversário de crianças de diversas classes sociais entre dois e 10 anos. “A empresa tem uniformes adaptados e nossos coletores chegam com o caminhão. Dependendo da idade e da disponibilidade dos pais, é possível dar um passeio no veículo. Também fazemos a entrega de um minicoletor”, relata Neto.


Para ele, essa ação vai ao encontro do movimento da empresa em ir além dos seus muros, interferindo de forma positiva na sociedade em que está inserida ao levar sensibilização para questões ambientais e a valorização dos seus profissionais.


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