União feminina faz a arte e a solidariedade no bairro Areia Branca em Santos

Projeto pratica a educação para a cidadania, com cursos de qualificação

Por: Ted Sartori  -  23/09/22  -  08:20
Atualizado em 21/11/22 - 13:51
O projeto nasceu para acolher mulheres vítimas de violência, mas foi se reinventando: na pandemia, ajudou famílias em vulnerabilidade
O projeto nasceu para acolher mulheres vítimas de violência, mas foi se reinventando: na pandemia, ajudou famílias em vulnerabilidade   Foto: Matheus Tagé

No dicionário, união é um substantivo feminino. E mais ainda em uma entidade no Bairro Areia Branca, em Santos. Trata-se da Associação Mulheres Solidárias e Educação para a Cidadania. Mas pode chamar de Mulheres Solidárias Metropolitanas.


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Idealizado há sete anos por Reginaldo do Amparo, o projeto tinha inicialmente o intuito de ajudar mulheres vítimas de todos os tipos de violência, trazendo esse alívio com o acolhimento de profissionais voluntários.


Em março de 2020, a presidente Fabiana Mota começou a desenvolver programas sociais para melhor acolher as famílias em vulnerabilidade social durante a pandemia. “Tínhamos a ajuda de 12 mulheres voluntárias, cada uma em sua área, que colaboraram para aliviar a dor de diversas famílias”, detalha Fabiana, também assistente social e terapeuta.


Atualmente, o Mulheres Solidárias Metropolitanas pratica a educação para cidadania, com cursos de qualificação profissional gratuitos para as cadastradas. “A intenção é ajudar para que elas voltem ou tenham oportunidade no mercado de trabalho. Também temos atendimentos de orientação jurídica, terapêutica e social para ajudar as comunidades”, afirma.


Dentre os cursos presenciais de qualificação profissional oferecidos pelo projeto, estão os de manicure, pedicure, depilação e ética profissional. Todos com certificado e orientação de como iniciar os respectivos trabalhos.


“Atualmente, atendemos por mês 150 mulheres no geral. São mães solo, mulheres vítimas de violência doméstica e psicológica, adolescentes de 12 a 18 anos, mulheres fora do mercado de trabalho que se qualificam gratuitamente conosco e outras mais. Há 1,2 mil mulheres cadastradas”, explica a presidente.


“As mulheres têm o acolhimento e o carinho, com terapias que ajudam na saúde mental delas”, completa.


Próximos passos
O Mulheres Solidárias Metropolitanas tem como próximo passo mais um curso: Educação Financeira para Mulheres. “Em janeiro, elas estarão participando do nosso Curso de Economia Solidária, trazendo a segurança com o pouco que elas estarão produzindo para o seu sustento”, revela a presidente.


Histórias de luta, superação e esperança são a tônica


Cada uma das atendidas pelo Mulheres Solidárias Metropolitanas tem uma história de luta. Que o digam Maria Marlene Pereira Rodrigues e Suelen Lima.


No caso de Maria, de São Vicente, foi em 2019. Ela passava por um momento muito difícil, com a filha Sarah internada há mais de um ano.


Atualmente com 7 anos, a menina nasceu com paralisia cerebral e a síndrome de Moebius – transtorno raro no qual a pessoa nasce com fraqueza ou paralisia em alguns nervos cranianos, fazendo com que tenha dificuldade ou incapacidade para movimentar corretamente os músculos do rosto e dos olhos, prejudicando a construção das expressões faciais.


“Conheci este grupo por uma moça e foi para mim de muita importância. Pude levantar a minha autoestima, pois andava muito desanimada. Comecei a participar das reuniões, das palestras e das atividades. Assim, pude conhecer pessoas e, digamos, voltar à sociedade, algo que eu tinha perdido. A autoestima voltou, permitindo que eu me conhecesse como mulher, valorizando meus sentimentos, minha história e minha vida”, conta.


Acolhimento
Já Suelen, moradora do Areia Branca, em Santos, soube da existência do projeto há cinco anos. Ela estava desempregada. Por essa razão, passou por dificuldades até com alimentação.


“O Mulheres Solidárias me acolheu, dando uma assistência incrível com ajuda alimentar (cesta básica) e com psicólogo. Desde então, não larguei mais o projeto. Só tenho a agradecer a Deus e Fabiana (presidente) por colocá-lo em minha vida e na de tantas famílias. Me acolheram como uma família”, afirma.


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