São Vicente trabalha inclusão e acessibilidade em várias áreas

Entre os principais focos envolvendo estes dois importantes assuntos, estão Transporte, Saúde e Educação

Por: ATribuna.com.br  -  20/11/22  -  16:12
Ônibus na cidade oferecem 100% de acessibilidade, com elevadores destinados para cadeirantes
Ônibus na cidade oferecem 100% de acessibilidade, com elevadores destinados para cadeirantes   Foto: Matheus Tagé/AT

Segundo a Prefeitura de São Vicente, a Cidade trabalha as questões de inclusão e acessibilidade em suas políticas públicas de forma diversificada, envolvendo diversas secretarias. No transporte público, em serviço fiscalizado pela Secretaria de Mobilidade Urbana, os ônibus oferecem 100% de acessibilidade, com elevadores para cadeirantes.


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Os motoristas passam por capacitação constante quanto ao uso do equipamento e a Prefeitura, em parceria com a empresa SOU São Vicente, realizou em setembro deste ano um treinamento imersivo, em que os funcionários da empresa puderam vivenciar o cotidiano de uma pessoa com deficiência, pois, além da capacitação técnica, puderam passar pela situação de um cadeirante, utilizando recursos que o ônibus oferece. Além disso, de acordo com a Lei 4328/22, tanto os ônibus do transporte público municipal, quanto os estabelecimentos públicos e privados possuem placas de atendimento prioritário para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).


A Prefeitura de São Vicente lançou neste ano a "Multa Cidadã", projeto de conscientização desenvolvido pela Secretaria de Planejamento e Governança, em parceria com a Secretaria de Mobilidade Urbana, voltado para motoristas que estacionam indevidamente em vagas especiais destinadas aos idosos e pessoas com deficiência.


A Multa Cidadã consiste em um talão que o munícipe pode usar quando encontrar algum veículo na vaga de idoso ou pessoa com deficiência sem a devida credencial. O munícipe vai deixar um aviso para que o motorista saiba que está cometendo uma infração. Caso o condutor tenha direito a estacionar na vaga e não possua o cartão, atrás do aviso tem a explicação de como obter a credencial.


Educação
Na Educação, São Vicente atende aproximadamente 1500 alunos inclusos, entre eles com deficiência intelectual, TEA (autismo), auditiva, visual, paralisia cerebral, física e síndromes.


A Seduc oferece salas especiais para alunos comprometidos e com defasagem no processo educacional. O trabalho desenvolve a autonomia escolar e social, visando que os alunos com deficiência sejam incluídos em salas regulares. Também são oferecidas as Salas de Recursos Multifuncionais, com professores habilitados em Educação Especial, que atuam no Atendimento Educacional Especializado.


O serviço garante a autonomia dos alunos com deficiência e é feito em grupo ou individualizado, respeitando as especificidades de cada um. Há também intérprete de Libras que atuam na tradução simultânea durante as aulas, estagiários de Educação para apoio pedagógico e atendentes de Educação para outras necessidades necessárias.


O município conta com o Projeto de Avaliação Multidisciplinar, que tem como objetivo identificar os alunos que apresentam comprometimento em sua aprendizagem. Nestes casos, eles são acompanhados pela coordenadora de Educação Especial, psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga.


São vários os projetos no ambiente educacional, sendo que o propósito é a inclusão com responsabilidade e a conscientização de todos sobre tal realidade. O Projeto Movimento Inclusivo é realizado nas unidades, envolvendo escola, alunos, família e comunidade, desenvolvendo atividades dinâmicas e utilizando a arte em movimento para que todos vivenciem a inclusão de forma empática e global. A Seduc faz estudo para tornar as unidades escolares 100% acessíveis.


Uma das premissas no projeto da Nova Orla do Gonzaguinha foi a criação de passeios acessíveis e confortáveis
Uma das premissas no projeto da Nova Orla do Gonzaguinha foi a criação de passeios acessíveis e confortáveis   Foto: Matheus Tagé/AT

Encaminhamento
A intermediação e o encaminhamento junto ao mercado de trabalho compõem uma das importantes tarefas da Apae de São Vicente. Desde 2009, ano em que a iniciativa começou, foram 13 empresas participantes, em meio a cursos das mais diversas áreas, e 30 jovens empregados em toda a Baixada Santista. Oito deles estão em duas unidades do Supermercado Varandas, em Santos – ver na página D-8.


“As empresas aparecem e selecionam os jovens ou porque a gente procura ou porque chegam até a nós. Depois da primeira vez, gostam e voltam para contratar mais. Tudo sempre com o nosso monitoramento, feito o tempo inteiro. Na pandemia, inclusive, aconteceram muitas contratações”, afirma Suely Ribeiro Costa, coordenadora do Ambulatório e do Programa de Treinamento para Colocação no Mundo do Trabalho da entidade.


Suely também lembra da necessidade de se fazer um trabalho relacionado a quem vai recebê-los na empresa. “Sempre digo a esses jovens que o mundo não é cor-de-rosa. E quem está em volta deles tem que entender que, em alguns momentos, pode ser que eles tenham ritmo diferente. Então, não se pode subestimar nem supervalorizar”, conta.


Porta de entrada
Secretário da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de São Paulo entre 2017 e 2021, Cid Torquato defende a criação de programas de estágio envolvendo pessoas com deficiência. A necessidade, para corrigir uma contradição, aconteceu justamente em seu período no Poder Público.


“Quando eu cheguei, tinha 12 estagiários sem nenhuma deficiência na Secretaria da Pessoa com Deficiência. Esperei terminar os contratos e fizemos esse programa”, conta o atual presidente do Icom-Libras, principal plataforma de tradução simultânea de Libras que permite às empresas atender o cliente surdo no seu próprio idioma – a Língua Brasileira de Sinais.


Torquato lembra que a presença de estagiários com deficiência é a melhor forma de se quebrar o gelo dentro da empresa ou da própria mente do empresário que não tem experiência com essas questões.


“Talvez uma contratação de cara seja um desafio maior. E o estagiário pode facilitar a sensibilização daquelas equipes para, depois, receberem profissionais com deficiência ou até mesmo contratar os próprios estagiários nessa condição. É a melhor porta de entrada para essa diversidade”, explica.


Tratamento
Também durante seu período na Prefeitura de São Paulo, Cid Torquato falou do trabalho bem-sucedido com 1000 alunos da rede municipal de ensino e 600 funcionários públicos, todos com algum tipo de deficiência. Os resultados da ação foram bastante comemorados pelo então secretário da Pessoa com Deficiência.


“Entrevistamos cada um deles, com avaliação individual e multidisciplinar, para saber o que eles precisavam para ‘voar’ em termos de tecnologia. Todos evoluíram, mas gostei muito da experiência com os funcionários públicos. Diziam: ‘Pôxa, pela primeira vez me trataram como gente, eu vivia escanteado, sofrendo bullying e não me chamavam para nada’. A performance e a autoestima melhoraram”, detalha o ex-secretário.


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