Planejamento estratégico é o caminho para fortalecer Polo Industrial de Cubatão

A Região em Pauta, do Grupo Tribuna, debateu a situação atual das indústrias da região; confira

Por: Anderson Firmino  -  13/07/21  -  12:17
Atualizado em 14/07/21 - 10:18
 Potencial do Polo Industrial de Cubatão foi destacado pela proximidade com o Porto de Santos, com um porto privado e com São Paulo
Potencial do Polo Industrial de Cubatão foi destacado pela proximidade com o Porto de Santos, com um porto privado e com São Paulo   Foto: Cláudio Vitor Vaz

Crescer hoje, mas com o olhar para o futuro. Planejar com cuidado os próximos 20, 30 anos, entendendo as novas demandas, somadas à tecnologia, e desenvolver uma agenda ambiental, social e de governança. Tudo isso, claro, tentando estimular o protagonismo do Polo Industrial de Cubatão.


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Essa é a lição que deixa o debate sobre o momento atual do polo, responsável por 38,24% da mão de obra do Município, de acordo com o Data Center Brasil, e que motivou mais uma edição do projeto A Região em Pauta, cuja live foi transmitida pelo Facebook do Grupo Tribuna e comandada pelos jornalistas Arminda Augusto, gerente de Projetos e Relações Institucionais, e Leopoldo Figueiredo, editor-chefe adjunto e editor de Porto e Mar.




Para Gustavo Junqueira, presidente do Investe SP, a agência de promoção de investimentos e competitividade, ligada ao Governo do Estado, o planejamento a longo prazo pode ser a chave para uma maior exploração de um importante pilar da economia local. “A gente não pode reinventar a roda. Querer impor a uma região um plano de investimento teórico. Tem que ser feito à luz da circunstância. Não podemos olhar a região por meio do espelho retrovisor, mas do para-brisa. Pensar em como serão nossos próximos anos”, explica.


Junqueira acredita que, além do entendimento entre os municípios da região, um pensamento conjunto entre as próprias empresas do polo industrial pode facilitar o caminho para o desenvolvimento. “Penso que, na Baixada Santista, existe uma concentração grande de empresas que têm seus planos estratégicos. O que é confidencial é menos de 10%. O resto é basicamente o cenário, aquilo que compete a todos, para que o sucesso aconteça. As empresas precisam dividir mais suas estratégias. E governo não pode, de maneira alguma, ser o protagonista”.


Ele reforça ainda, a crença em dias melhores no pós-pandemia. “No caso da indústria, também concorre o aumento da confiança dos empresários, especialmente com o avanço das vacinas. O cenário do segundo semestre, do próximo ano, passa pela superação desse momento”, avalia.


 Live do programa A Região em Pauta foi transmitida pelas redes sociais do Grupo Tribuna
Live do programa A Região em Pauta foi transmitida pelas redes sociais do Grupo Tribuna   Foto: Matheus Tagé/AT

Inovação reduz empregos, mas cria oportunidades


Américo Ferreira Neto, presidente eleito do Ciesp-Cubatão para o período 2022-2025, acredita que o Polo tem plenas condições de reassumir seu protagonismo, mesmo com um novo perfil de emprego.


“Quando crescemos, queremos ser competitivos. Não vamos ter todas as oportunidades que tínhamos no passado. Há atividades que não existem mais e outras foram criadas para atender às demandas atuais. Acredito que o nível de competitividade, automação e inovação pode eliminar postos, mas cria outras oportunidades”.


Ele elenca algumas características que endossam essa confiança no potencial do Polo Industrial de Cubatão. “Temos uma importante proximidade com Porto de Santos, e também um porto privado, como o da Usiminas; também contamos com a Imigrantes, que nos liga ao principal player da América Latina. São condições que devemos explorar. Nesse contexto, ter mão de obra é fundamental. O potencial que temos de pessoas para trabalhar no setor industrial é muito grande”.


Ferreira ainda faz algumas apostas em segmentos onde as indústrias de transformação seriam bem-vindas no Polo. “Todos os que usam aço como base, produtos petroquímicos e fertilizantes, poderiam se instalar”, pondera. “O uso do gás natural vai abrir possibilidades, quebrar barreiras que eram limitantes no passado”, complementa.


Conjuntura


Ulisses Ruiz de Gamboa, professor e pesquisador da Universidade Mackenzie, entende que a economia brasileira dá mostras de resiliência, que, mesmo em um cenário complicado, agravado pela pandemia, apresenta sinais de recuperação.


“O que temos assistido, do final no ano passado e até maio, no caso da indústria, é uma recuperação, até certo ponto, surpreendente. Uma parte dela é porque a base de comparação com o ano passado é muito fraca. Mas, se comparar com 2019, é possível notar uma retomada”.


Ele reforça que as mudanças necessárias por conta da pandemia ajudam a explicar essa retomada. “Muitas empresas quebraram, é verdade, mas houve muito aprendizado, uma adaptação à essa nova realidade, a esse novo normal. Tanto em termos de comércio online como da parte de logística”, emenda.


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