A cultura empreendedora é algo que, se não vem do berço, é possível de se aprender desde cedo. Que o diga uma criança de 9 anos que Marco Aurélio Rosas, gerente do Sebrae-SP na Baixada Santista, presenciou certa vez em Itanhaém, dentro de um trabalho junto à rede pública de ensino para que os professores possam ensinar empreendedorismo do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental. No final de seis meses, é promovida a feira do empreendedor. Cada sala monta um negócio.
“Eu estava passeando com o meu xará, o agora ex-prefeito de Itanhaém, Marco Aurélio, veio essa criança e falou assim: ‘Prefeito, compra aqui o meu brinquedo’. E ele pediu desconto. Nem sei o porquê, mas pediu. Era um brinquedinho de R$ 3,00”, contou.
A criança, então, parou no tempo e ficou olhando para o prefeito, como se estagnasse. Ela, então, saiu correndo sem responder nada. A boa resposta estava a caminho.
“A gente percebeu que a criança foi atrás do professor e ele, por sua vez, fez contas com ela. A criança voltou e falou: ‘Prefeito, isso não cobre os meus custos’. Percebe como um fato desse mudou a trajetória dessa criança? A continha de percentual faz muito sentido na vida dela. Empreendedorismo é isso: é ser protagonista da própria vida. Muito mais do que montar empresa”, comentou.
Jovens
De acordo com dados do Sebrae e da Global Entrepreneurship Monitor, 47,2% dos empreendedores iniciais no Brasil têm de 18 a 34 anos de idade, sendo que a maior parte (32%) possui de 18 a 24. O menor quinhão está entre as pessoas com mais de 55 anos (9%).
“Em alguns casos, é muito comum eu achar no funcionalismo público uma pessoa com perfil empreendedor e encontrar na venda da esquina o empresário que não tem esse perfil”, afirma Marco Aurélio.
O comportamento empreendedor (ou a falta dele) está entre as principais causas de mortalidade de micro e pequenas empresas – juntamente com gestão ineficiente e ausência de planejamento perfazem 98% das razões, segundo a Pesquisa Causa Mortis, do Data Sebrae.
Na Baixada Santista, 76% das empresas sobrevivem, enquanto os 24% restantes morrem, segundo o mesmo levantamento.
“Se as pessoas tiverem ou desenvolverem esse comportamento empreendedor, elas vão ter mais sucesso e as chances de sucesso serão muito maiores caso montem um negócio ou venham a trabalhar para alguém. O comportamento empreendedor muda vidas”, afirma o gerente do Sebrae-SP na Baixada Santista.