Emprego na Baixada Santista: vocação e características dos municípios devem ser analisadas

Ultrapassar fronteiras e trabalho pela internet são outros caminhos para quem busca um lugar ao sol

Por: Redação  -  03/07/22  -  20:42
Ponte dos Barreiros, ligação entre as áreas Insular e Continental de São Vicente. Para quem trabalha, é como se fossem duas cidades
Ponte dos Barreiros, ligação entre as áreas Insular e Continental de São Vicente. Para quem trabalha, é como se fossem duas cidades   Foto: Alexsander Ferraz/AT

As vocações e o tamanho de cada um dos municípios da Baixada Santista são aspectos que devem ser bem analisados na distribuição dos empregos, segundo Rosângela Gibelato, diretora regional do Trabalho e Empreendedorismo da Baixada Santista.


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Rosângela acompanha o trabalho dos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PAT) e do Centro Público de Emprego e Trabalho (CPET), além de fornecer aconselhamento dentro desse processo de identificação das cidades.


“Sempre que tenho oportunidade de conversar com os outros secretários, digo para que analisem qual é a vocação de seu município, de acordo com as características. Não podemos estar pensando apenas nas petroquímicas de Cubatão e no Porto de Santos”, afirma. “Muitas vezes os engenheiros e químicos, casos de alguns cargos mais altos, vêm de fora da região”, emenda.


Em termos de geografia, a diretora regional citou São Vicente, único município que possui dois PATs, sendo um na Área Insular e outro na Área Continental. “É uma cidade relativamente grande e tem as duas regiões ligadas pela Ponte dos Barreiros. Se uma pessoa consegue emprego em uma região diferente da que ela mora, vai ter diversas dificuldades de tempo, desgaste e dinheiro para se locomover. É como se fossem duas cidades, dois territórios”, explica.


Rosângela também lembrou das grandes distâncias ao mencionar Bertioga. “Se pegarmos o Centro de Bertioga e Boraceia, tem mais de 40 km de distância. Então já há dificuldades para se deslocar dentro do próprio município. E Bertioga não tem vocação para indústria. Deveria se firmar basicamente no turismo, no serviço. Cada uma dessas cidades tem suas características”, exemplifica.


A diretora regional também lembrou de Itanhaém e o grande incentivo que a cidade dá aos artesãos. “Certamente deve ter tido uma explosão de registros de MEI por causa disso”, completa.


Sem fronteiras
As fronteiras geográficas não devem representar problemas na busca por emprego, lembrou Ricardo Serra, coordenador do Centro Público de Emprego e Trabalho de Santos.


“O cenário está mudando e de forma rápida. Não podemos nos esquecer que a pandemia nos jogou para outros locais. Hoje em dia é comum você estar em Santos, por exemplo, e trabalhar com uma empresa em Minas Gerais”, afirma.


Serra citou o caso da profissão de social media, responsável por cuidar das mídias sociais de profissionais liberais que não têm condições de fazer isso.


“É um boom, tem um salário ótimo e não tem fronteira. Pode ser Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Bertioga, São Paulo, Estados Unidos, Austrália, não importa. Acabou a fronteira. A internet fez isso e a pandemia está forçando cada vez mais que isso ocorra”, conta. “Tem um estudo que indica que até 2030 vamos precisar de mais 800 mil pessoas ligadas à tecnologia. Fica a pergunta: de onde vai sair isso?”, emenda.


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