Diretora do Trabalho na Baixada Santista alerta para vagas de sobra e pouca mão de obra

Ausência de diploma do Ensino Médio contribui no aumento da fila do desemprego mesmo com oportunidades há disposição

Por: Redação  -  03/07/22  -  16:52
Centro Público de Emprego e Trabalho de Santos: local para esclarecimentos e encaminhamentos
Centro Público de Emprego e Trabalho de Santos: local para esclarecimentos e encaminhamentos   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A fila do desemprego e a formação básica estão entre as principais preocupações de Rosângela Gibelato, diretora regional do Trabalho e Empreendedorismo da Baixada Santista. Mais até do que em relação aos cursos oferecidos, em parcerias com o Sebrae e os integrantes do Sistema S, por exemplo.


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“A oferta é muito grande e há vagas sobrando. Muitos até são sem custo e oferecem pequena bolsa para deslocamento. Muitas vezes precisamos fazer campanhas para preencher as vagas que nós temos. O que está faltando é a base. Aquele indivíduo que está acostumado a fazer a sua diária na praia ou de outras formas achou que nunca iria precisar de um certificado de segundo grau (Ensino Médio). E hoje isso está fazendo muita falta para ele e a família”, afirma.


Rosângela lembrou de um exemplo em Praia Grande que ilustra bem esse quadro. Houve um processo seletivo e um dos critérios para ser cumprido era justamente que o interessado tivesse o Ensino Médio completo. E não foi exatamente assim que aconteceu.


“A pessoa passa pelas etapas, faz festa, fica feliz e conta para todo mundo que foi aprovada. Quando pedimos para trazer os documentos, não tem o certificado do segundo grau (Ensino Médio). ‘Ah, só faltava uns meses’ ou ‘Só ficou faltando uma matéria’. É o que dizem. E isso não é exceção. É algo que encontramos em toda a nossa região metropolitana”, conta.


Avançar na educação
A diretora regional só enxerga um jeito para melhorar essa situação: aumentar o empenho das prefeituras, junto às respectivas secretarias, para incentivar a educação de adultos. E que, na visão de Rosângela, torna-se mais fácil resolver de maneira metropolitana, em razão do número de cidades da Baixada Santista (nove) em caso de comparação a outras no Interior do Estado, em que quantidade e distâncias são bem superiores.


“Tivemos recentemente uma formação de eletricistas em Itanhaém e falei disso. Nossa preocupação não é com a formação técnica, mas com a básica. Se você não tiver o segundo grau (Ensino Médio), não vai ser um carpinteiro ou um operador de empilhadeira qualificado nem um porteiro treinado para usar os botões e as câmeras de monitoramento. Sem essa formação, você não vai caminhar para a frente. Vão restar aquelas ocupações de menor qualificação, as braçais”, projeta.


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