Cidade e indústrias caminham juntas em Cubatão: 'Vocação econômica natural'
Segundo prefeito Ademário Oliveira, Polo industrial é mola propulsora de arrecadação do município
Atualizado em 18/07/21 - 14:53
Polo Industrial de Cubatão. A expressão, por si só, já demonstra o tamanho da simbiose entre a cidade e seu parque produtivo. Uma relação que ganha contornos mais fortes devido à importância da cidade. Mas que, como todo casamento, está sujeito a altos e baixos. Para a Prefeitura Municipal, a intenção é estreitar ainda mais estes laços.
“Estamos ao pé da Serra, perto das principais rodovias do Estado, da Capital e também do cais santista, o maior da América Latina. A vocação econômica natural de Cubatão é a indústria, mola propulsora de sua arrecadação”, avalia o prefeito Ademário Oliveira.
Segundo ele, é importante entender o retrospecto por trás dessa história que tem início no século passado.“Aatividade industrial permitiu que a cidade não cobrasse IPTU até a década de 1990, por exemplo (um dos impostos mais significativos em outros municípios da Região). Fruto de uma cidade que não tinha seus prefeitos eleitos e não traziam a responsabilidade do voto e da interlocução com a sociedade. Achavam que a indústria seria uma eterna fonte de custeio da cidade. Quando a macroeconomia decaiu, a nossa cidade foi a primeira da região a sentir, por conta do ICMS, que representa cerca de 40% do orçamento geral”, pontua.
Secretário de Finanças de Cubatão, Genaldo Santos elenca alguns números que mostram esse impacto da indústria na arrecadação da Cidade. Em 2020, foram arrecadados R$ 444 milhões em ICMS. E neste ano, até junho, o montante é de R$ 258 milhões.
“O relacionamento entre Cubatão e o polo industrial está ligado por meio do Cide/Ciesp, que é a entidade representante das empresas já instaladas na cidade. E esse apoio inclui a expansão dessas ou instalação de novas unidades por meio de leis de incentivo fiscal, por exemplo”, acrescenta o secretário.
Empregabilidade e educação
A influência do Polo industrial é exercida, claro, na empregabilidade local. De acordo com o secretário de Emprego e Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo Dias Silva, existem parcerias para capacitação de mão de obra, sendo a última pactuada junto ao Senai, cujo foco são as mulheres, em especial, as integrantes do CadÚnico, para que sejam capacitadas para funções atualmente exercidas de forma majoritária pelo público masculino, tais como soldador, mecânico e manutenção.
“Também está sendo criado o Conselho Municipal de Trabalho, Renda e Desenvolvimento, cuja finalidade é discutir, mapear e avaliar as características da mão de obra local e criar mecanismos para que o Poder Público contribua de maneira mais eficaz com a qualificação dos trabalhadores, acompanhando os avanços tecnológicos”, reforça.
O Município também incentiva a contratação de mão de obra local, feminina e jovem por meio da Lei do Bom Empreendedor, que prevê redução escalonado no valor do IPTU pago pelas empresas que atenderem esses requisitos no emprego de funcionários e funcionárias.
A Educação também é outra área impactada pelo Polo Industrial. Segundo a secretária Marcia Terras, ao final de todos os anos, ao encerrar o Ensino Fundamental, os alunos de 9º ano têm a possibilidade de ingressar em unidades referência dos Ensinos Técnico e Médio, como o Instituto Federal São Paulo (IFSP) e nas ETECs (Escolas Técnicas ligadas ao Instituto Paula Souza).
“Nesse ano letivo de 2021 a Seduc está trabalhando com o Sebrae em escolas-piloto do 1º ao 9º ano com projeto destinado a fomentar a educação e a cultura empreendedora. Há, ainda, outros projetospontuais desenvolvidos nas Unidades Escolares em conjunto, em parceria ou com patrocínio das empresas do Polo Industrial”, explica a secretária.
