Cidadania, ato de participação popular no exercício do voto

Fórum A Região em Pauta traz o tema para discussão, mostrando diversas formas de participação

Por: Ted Sartori, colaborador  -  02/10/22  -  14:39
Evento, realizado no auditório do Grupo Tribuna, teve seis convidados, divididos em dois painéis
Evento, realizado no auditório do Grupo Tribuna, teve seis convidados, divididos em dois painéis   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O som da urna eletrônica, emitido após a confirmação do voto, é o principal simbolismo de um momento em que todos têm condições de exercer a cidadania, escolhendo o candidato que consideram melhor no Executivo e no Legislativo, desde o município até o País. É a festa da democracia e de olho no futuro. Mas há outras formas de participação popular.


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A cidadania e suas diversas manifestações estiveram no centro do fórum A Região em Pauta, realizado no auditório do Grupo Tribuna, com mediação da jornalista Arminda Augusto, gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna.


No primeiro painel, o tema foi Formas de acompanhar e interagir com os gestores públicos. Ele mostrou a importância da participação cidadã em questões que envolvem executivos e legislativos das três esferas de governo.


Fizeram parte deste debate Vanessa Ratton, jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e que implantou e atuou como diretora de três Escolas do Legislativo na Baixada Santista: Santos, Guarujá e Praia Grande – além de ajudar na de Cubatão; Paloma Lima, pós-graduanda em Data Science e Analytics, graduada em Gestão de Políticas Públicas pela USP e assistente de projetos da Rede Nossa SP; e Marise Teixeira Cabral, coordenadora geral da Concidadania.


“A gente não precisa ter cargo político para fazer as coisas, mas a educação política não partidária é essencial para que a gente saiba sentar com todo mundo. Não adianta muitas vezes eu me vincular ao partido A, B ou C. Claro que a gente tem as nossas preferências, mas se eu não tiver a maioria dos parlamentares votando a favor daquele projeto, ele não passa. Então ninguém consegue fazer nada sozinho. Isso é muito importante para que a gente aprenda que nós temos que ter força sim. A comunidade tem muita força, desde que ela saiba se unir, se organizar e cobrar”, afirma Vanessa.


Dentro dessas qualidades, é importante que as conquistas tenham transcendência, independentemente de quem ocupa a principal cadeira de poder. “Acho que a palavra principal que a gente ouve em políticas públicas é a continuidade, de como a gente mantém esses espaços para além de um programa de governo”, lembra Paloma. Unir interesses aparentemente distintos é o ideal. “É equilibrar bem essa balança dos interesses econômicos e da necessidade do desenvolvimento da economia, com um olhar muito forte para a questão social e ambiental”, emenda Marise.


Dados
Já no segundo painel, o tema foi Portais de Transparência e Lei de Acesso à Informação. A intenção foi revelar que é possível acompanhar o desempenho de governos e instituições por dados oficiais nesses portais.


Integraram o debate Renata Bravo, vice-prefeita de Santos e secretária da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos; Maria Vitória Ramos, cofundadora e diretora da Fiquem Sabendo, agência de dados independente; e Rodolfo Amaral, jornalista especializado em Gestão Pública, analista de dados e sócio da Data Center Brasil.


“Nosso site da Transparência está completando dez anos. Foi um aprendizado trabalhar com ele, uma mudança de cultura dentro do Poder Público”, recorda Renata. “Uma resposta da Ouvidoria provoca uma aproximação. A pessoa consegue saber que aquele é um canal para que ela tenha uma participação na sua cidade. Se essa resposta vem em uma velocidade rápida a ponto de ela ficar satisfeita, não vai desanimar de fazer a próxima consulta”, emenda.


A alteração de pensamento tem de acontecer com a população em geral. “A política, a máquina governamental, os problemas do País são muito grandes para qualquer um de nós e acabam gerando uma sensação do tipo ‘Não tem nada que eu possa fazer sobre isso’. Então vou continuar não fazendo nada porque eu não posso fazer nada. Mas vai funcionar quando cada um fazer o seu pedacinho”, observa Maria Vitória. E com a informação também há esse sentimento. “Ela, isolada ali, às vezes não significa muita coisa ou pode ter um pequeno aproveitamento”, lembra Rodolfo.


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