Aplicações da tecnologia 5G são projetadas para o Porto de Santos e o Polo Industrial de Cubatão

Internet das Coisas promete ditar regras no mercado de trabalho, formando a chamada Indústria 4.0

Por: Redação  -  31/07/22  -  20:24
O avanço na tecnologia e as facilidades de instalação de uma rede 5G vão permitir situações ainda não vistas, como o monitoramento em tempo real de contêineres
O avanço na tecnologia e as facilidades de instalação de uma rede 5G vão permitir situações ainda não vistas, como o monitoramento em tempo real de contêineres   Foto: Carlos Nogueira/AT

A Internet das Coisas também promete ser a bola da vez, unida à tecnologia 5G, no mercado de trabalho, formando a chamada Indústria 4.0. Também chamada de Quarta Revolução Industrial, ela reúne um amplo sistema de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica, computação em nuvem e a própria Internet das Coisas, envolvendo automação e troca de dados. O setor portuário será um dos beneficiados.


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“As aplicações que já existem podem ser potencializadas e trarão novas possibilidades para a indústria. Concentraria meus esforços nisso. Fabricantes de antenas já estão fechando parcerias, inclusive com a empresa onde eu trabalho, para oferecer redes privadas de 5G para logística, especialmente para o setor portuário”, revela Ricardo Pupo, engenheiro de Computação, professor da Fatec em Santos e Praia Grande e sócio-diretor da T2S, empresa de desenvolvimento de sistemas para o setor portuário.


O avanço na tecnologia e as facilidades de instalação de uma rede 5G, sem a necessidade de uma operadora para isso, vão permitir situações ainda não vistas. “Vamos supor que o terminal de contêineres quisesse colocar um dispositivo em cada um. O que existe atualmente não permite. Nem Wi-Fi nem 4G. Mas o 5G sim. Se eu quiser fazer um monitoramento em tempo real dos contêineres em um terminal, vai ser possível. Antes do 5G, isso era impossível. As tecnologias de antes tinham uma série de restrições. Agora, cabe a nossa imaginação criar as aplicações”, exemplifica.


Cubatão
Outro setor que tem tudo para se beneficiar da chegada do 5G e da própria Internet das Coisas é o Polo Petroquímico e Industrial de Cubatão, dentro do mesmo princípio: a montagem de redes próprias para interligação das atividades.


“É possível montar uma rede 5G igual acontece com uma rede Wi-Fi dentro de casa, com todos os equipamentos da indústria conectados nessa única rede. E esses equipamentos se falam. Então um percebe quando o outro está terminando a atividade para começar outra”, afirma Leandro Vilela, coordenador da diretoria de Regulação e Autorregulação da Conexis Brasil, entidade que reúne todas as operadoras de telefonia celular do País.


Com isso, observa Vilela, é possível que a empresa consiga coordenar melhor o trabalho e automatizar os processos, reduzindo desperdício e tempo de produção. “Cada indústria vai se adaptar à sua maneira. Tem que obviamente entender qual é a indústria e o que eles vão querer fazer. E aí as empresas (de montagem das redes) têm ofertado em alguns casos e já discutiram soluções para projetos específicos não só para a indústria como para agro”, explica.


Democratizar o acesso
Os dois anos de pandemia obrigaram os jovens de todas as idades a acompanhar essencialmente conteúdos online oferecidos pelas escolas, tanto privadas quanto públicas. No entanto, nem todos conseguiram desfrutar dessa possibilidade.


Para se ter uma ideia, 30% dos alunos atendidos pela rede de ensino do Estado de São Paulo não tinham acesso à internet. Em teoria, a chegada do 5G não ajudaria muito. Para Ricardo Pupo, professor da Fatec em Santos e Praia Grande, a história pode ser construída de uma forma diferente.


“Talvez não resolva diretamente, mas pode ajudar indiretamente. Embora o 5G seja uma tecnologia mais cara, ele torna o 4G mais barato, viabilizando o acesso aos mais carentes, fazendo com que seja mais acessível para essas áreas, justamente em razão do que prevê o edital destinado às empresas”, argumenta.


Pupo lembra que o 4G, por ser uma tecnologia com a qual muita gente já está habituada, resolve problemas de maneira geral. “Se a gente consegue assistir filmes pelo smartphone usando 4G, a gente vai continuar conseguindo assistir com a diferença de que, aos poucos, isso vai ser oferecido em uma escala maior, atrelado às exigências que o edital fez. E não só o 4G. Até o 3G ficará mais disponível, ajudando nestes aspectos e tendendo a deixar até as populações de baixa renda com mais acesso à internet”, exemplifica.


Dentro dessa premissa, democratizar o acesso é essencial, observa Leandro Vilela, coordenador da Diretoria de Regulação e Autorregulação da Conexis Brasil, entidade que reúne as operadoras de telefonia celular do País.


“Tem que haver políticas públicas que viabilizem o acesso de usuários de baixa renda, de modo. Tem de estar atrás dessas pessoas que não consomem essa possibilidade por falta de recurso ou de conhecimento. É fazer com que elas entendam para que serve e dê valor naquilo. Até porque, se não tiver utilidade para as pessoas, todo esse investimento seria inútil”, recomenda.


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