Em ação nos 10 KM Tribuna FM-Terracom, Antônio tem esporte na veia desde cedo

Português começou no futebol, passou para a corrida e hoje cultiva uma vida ativa e saudável, cheia de medalhas

Por: Arminda Augusto  -  15/05/22  -  06:15
Antônio Augusto Poço Pereira coleciona medalhas em sua trajetória esportiva
Antônio Augusto Poço Pereira coleciona medalhas em sua trajetória esportiva   Foto: Matheus Tagé/AT

Ele só decidiu trocar as chuteiras pelo tênis de corrida quando os primeiros sinais no joelho esquerdo começaram a aparecer. Era um aviso: se quisesse manter a atividade esportiva, teria que mudar a modalidade. E assim foi para Antônio Augusto Poço Pereira, um português de 68 anos que tem o esporte na veia “desde que se conhece por gente”, como ele mesmo diz.


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Neste domingo (15), ao participar de mais uma edição dos 10 KM Tribuna FM-Terracom, ele tem a certeza de que levará para casa mais uma das centenas de medalhas que coleciona desde que chegou ao Brasil, aos 3 anos de idade.


Poço é formado em Administração de Empresas, com especialização em RH, e tem a história parecida com a de milhares de portugueses que migraram para o Brasil naquelas décadas de 1950 e 1960, quando a economia brasileira carecia de mão de obra para quase todas as atividades. O menino de 3 anos, nascido na pequena Vila Nova de Cerveira, Distrito de Viana do Castelo, chegou a bordo do vapor Vera Cruz com o pai, Carlos Augusto Pereira, e a mãe, Dona Rosa.


Sem estudos, o pai seguiu a trajetória de outros tantos ‘patrícios’ que por aqui chegaram naqueles tempos: foi trabalhar de garçom em um bar do José Menino, depois na Bittencourt, e tão logo o filho cresceu, foi ajudá-lo no balcão.


Manhãs esportivas

Fanático por esporte, Poço começou jogando futebol na tradicional Manhãs Esportivas, uma espécie de festival realizado pelo Santos FC para revelar talentos. O campo era dividido em duas partes e o clube promovia torneios entre os garotos. “Eu ficava a semana inteira esperando chegar o domingo”, lembra.


Um craque

O menino cresceu, foi estudar, namorar, casar, mas a paixão pelo futebol sempre o acompanhou. Jogou no Bandeirantes do Saboó, no Brasil, na Vila Ortiz (Macuco) e também em torneios que, hoje, pouca gente lembra que existiram, como um que era organizado no Palácio da Polícia, na Avenida São Francisco, na época em que ali funcionava uma cadeia.


Poço conta que, de tempos em tempos, ele e amigos subiam até o topo do palácio, onde havia um campo improvisado. O time adversário era composto pelos detentos, e a harmonia entre os times era perfeita. “Nessa época, eu era goleiro”, conta.


O futebol também esteve presente na vida corporativa de Poço quando trabalhava na Cosipa (hoje Usiminas). “Eu não perdia nenhum torneio”, diz, referindo-se ao Torneio Cosipão, que durante anos foi organizado pela siderúrgica. Também esteve presente na I Olimpíada do Ministério da Indústria e Comércio, em Volta Redonda (RJ).


Nos guardados do executivo, há dezenas de lembranças dessa época, como as carteirinhas de clubes e fotos dos times em que atuou. Um, em especial, ele guarda com carinho: a carteirinha do ‘glorioso’ Samburá Praia Clube, que ainda hoje resiste ao tempo.


Corrida, caminhada

A vida de boleiro começou a mudar quando os primeiros sinais de desgaste do joelho esquerdo surgiram. Sem os ligamentos cruzados, a orientação era mudar o esporte, e ele então decidiu começar a correr.


“Nas primeiras provas dos 10 KM, eu fazia o percurso em 48 ou 50 minutos. Me desafiava todo ano para reduzir o tempo”, lembra.


Em 68 anos de vida, Poço conta que jamais deixou de praticar esporte, e acredita que sua disposição para o trabalho vem dessa energia. Executivo em São Paulo, pega o fretado às 6 horas e chega em casa depois das 19 horas. Já fez academia, mas há seis anos optou pelo pilates.


Nos últimos anos, a corrida nos 10 KM foi substituída pela caminhada ao lado da esposa Neuzeli, e a preocupação com o tempo do percurso foi embora. “A gente vai parando para conversar com os amigos, a Neuzeli espera o churrasquinho, toma café na padaria... E eu paro pra fazer foto com os personagens, com os amigos. É uma grande festa”.


O DNA do esporte Poço estendeu para a família. A filha Aline e o genro Fábio são corredores, e a neta Olívia já participa de corridas, natação e ginástica olímpica. E para completar, a mãe e a irmã Ana Maria cantam e dançam no Rancho Verde Gaio, tradicional grupo de cultura portuguesa da Cidade.


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