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Vanessa Ratton

Respira, Curupira!

Na obra, a autora faz uma brincadeira poética, usando os versos para introduzir esse ‘personagem’ que faz parte do imaginário coletivo brasileiro

Vanessa Campos*

17 de junho de 2025 às 06:39Modificado em 17 de junho de 2025 às 06:40
(Reprodução)

(Reprodução)

Gosto muito de falar sobre a literatura Indígena por aqui e, às vezes, escritores não indígenas escrevem também sobre temas comuns à cultura dos povos originários.

A obra de Adriana Felicíssimo, Respira, Curupira! é um exemplo: a autora faz uma brincadeira poética, usando os versos para introduzir esse ‘personagem’ que faz parte do imaginário coletivo brasileiro.

Um poema narrativo que vai contando um pouco sobre quem é esse encantado que veio da cultura guarani. As Ilustrações são da própria autora, que brinca com pedaços de tecido de feltro e vai dando vida à história. E essa é a diversão dessa obra. A construção abstrata deixa aberta a criação para a criança enxergar o que desejar e como quiser.

O livro como brinquedo, como objeto, como meio e mensagem. Estimulando interação. Basta saber ‘ler’ ou ‘brincar’ com ele. E as crianças o sabem naturalmente. Nós, adultos, é que às vezes precisamos reaprender.

A coordenação editorial é de Ana Mortara, que está à frente da Casa das Letras Joaninha e de outros selos do grupo.

Curupira, para quem ainda não o sentiu no meio da mata, é um ser que protege a floresta e tenta confundir e afugentar caçadores, para evitar que machuquem ou matem os animais. Os indígenas sabem que ele pune quem pretende derrubar árvores, mas não pune aqueles que caçam ou usam os recursos da mata para se abrigar, matar a fome ou a sede. Por isso, é importante mostrar como a visão Indígena é também sustentável.

O nome Curupira vem da junção de ‘curu’, uma contração do nome ‘curumim’, que significa menino, e ‘pira’, que significa corpo na língua tupi.

Quando mostrado como lenda, o curupira é apresentado como um menino de cabelos vermelhos, dentes afiados e pés virados para trás, deixando pegadas ao contrário para que as pessoas se percam na floresta. Há quem diga que ele emite assobios ensurdecedores.

Bom mesmo é respeitar a mãe natureza, tratando-a com amor e só tirando dela o que é necessário para viver, sem a ideia de acumular e explorar. Que tal conversar com as crianças sobre isso, após ler a divertido história Respira, Curupira!

Recomendo a partir de 6 anos. Fica a dica para as escolas se prepararem para falar do curupira, que não é só folclore brasileiro, mas cultura ancestral.

Serviço: Respira, Curupira! Autora e ilustradora: Adriana Felicíssimo; Editora Casa das Letras; 32 páginas; R$ 62,00

*Jornalista e escritora, vanessaratton@gmail.com

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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