Rodrygo repetirá Vinícius Jr.?

Quando o Real Madrid contratou Vinícius Jr., e pouco tempo depois, Rodrygo, confesso que depositava minhas fichas mais no santista do que no flamenguista. Ao acompanhar o Flamengo, lógico que via habilidade e rapidez no atacante. Talento ele sempre demonstrou. No entanto, via em Lucas Paquetá um jogador mais completo, mais preparado para a "aventura europeia".

Já ao ver Rodrygo, especialmente antes da venda ser consolidada, era ver um talento bruto nascer. Mesmo sendo muito jovem, já assumia um protagonismo dentro do elenco, ganhou a vaga de titular e jogava sem medo. Partia para cima, destruía defesas, como fez com o Vitória, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. 

Pensava: Vinícius vai, ficará no Real Madrid Castilla, no ano seguinte deverá ser emprestado para algum clube grande do segundo escalão europeu (um Ajax ou Porto da vida). Precisará ganhar massa muscular, cancha. E aí, sim, voltará para o Madrid e disputará uma vaga no elenco. Mais ou menos o que ocorreu com o Casemiro.

Rodrygo eu enxergava num estilo mais Neymar ou Robinho. Um degrau abaixo, ainda "filé de borboleta" (obrigado pela expressão, Luxemburgo), mas com maior poder de decisão. Com a chance de brilhar mais cedo e convencer. 

Talvez possa ter sido tomado pelo bairrismo. Viníciur Júnior estava longe, no Rio. Rodrygo estava no quintal de casa, onde vimos cair os raios no gramado da Vila Belmiro. Hoje, fico feliz de dizer que estava enganado.

Vinícius Jr. não durou muito no time B do Real Madrid. Para o bem dele. Alçado ao time principal por Santiago Solari, passou a tomar conta da ponta esquerda do ataque espanhol, muitas vezes flutuando pelo gramado. Se tornou peça importante, talvez, só atrás de Benzema (já que Bale vive se machucando). 

Em 23 jogos pelo time principal, o brasileiro marcou três gols. No entanto, se destaca mesmo é pela criação. Foram 12 assistências. Ganhou os jornais europeus, o coração do exigente torcedor acostumado com galáticos, foi destaque até dentro da Liga dos Campeões. 

Enquanto isso, Rodrygo, falhou quando exigido protagonismo na equipe sub-20 do Brasil durante a disputa do Sul-Americano da categoria. Em uma campanha vexatória, a Seleção não conseguiu a vaga para o Mundial. 

No Santos, o atacante, ainda no primeiro semestre de 2018, pediu para não jogar contra o Fluminense com medo de se machucar e prejudicar a negociação com os espanhóis. No segundo semestre, já vendido ao Madrid, sumiu em campo. Foram poucos brilharecos. 

Com Jorge Sampaoli, terá que correr atrás da bola para recuperar o status de titular. Derlis González está voando, o meio de campo santista está acertado. Sobra apenas uma vaga. Essa já foi de Soteldo, de Felippe Cardoso, de Yuri Alberto e até de Copete. 

No entanto, pela bola (ou a falta dela) que Rodrygo tem apresentado, talvez, nem chegue a Europa como um titular do Santos. Mas, pela magia que Sampaoli tem feito no Alvinegro, fica a esperança que o garoto recupere seu bom futebol.

Hoje, para Rodrygo, tenho a percepção que tinha de Vinícius Jr: time B, empréstimo para algum grande/médio europeu e depois, com maior maturidade, integrar o elenco principal. Torço para estar errado novamente.