Os torcedores mais ansiosos de Santos e Palmeiras estão de olho não só na final da Copa Libertadores entre as duas equipes, marcada para o próximo dia 30, como também passam a observar de modo mais atento o Bayern de Munique, atual campeão da Liga dos Campeões da Europa e que poderá ser rival do futuro rei da América no Mundial de Clubes do Catar, em fevereiro. E o fato é que o time alemão, até pouco tempo atrás considerado bicho-papão europeu, vem enfrentando sérias dificuldades em campo nas últimas semanas.
O tropeço mais recente do Bayern na temporada e que assustou seus torcedores ocorreu na última quarta-feira (13), pela segunda fase da Copa da Alemanha, quando os bávaros foram eliminados nos pênaltis contra o modesto Holstein Kiel, depois de um empate esquisito, por 2 a 2, em 120 minutos. Antes disso, o time já havia sofrido em diversos jogos na liga alemã e perdido a última partida, contra o Borussia Monchengladbach, seguindo na liderança da Bundesliga graças a uma amarelada do RB Leipzig contra o Borussia Dortmund.
Mais do que cair diante de um clube de segunda divisão e logo na segunda fase da copa alemã, algo que não ocorria desde o ano 2001, a defesa do Bayern vem falhando sistematicamente. Só não sofreu gols em um dos últimos 16 jogos e viu as bolas pararem no fundo de sua rede sete vezes nas últimas três partidas. A média não é boa e o desempenho técnico decepciona. O goleiro Neuer vem fazendo o que pode embaixo das traves, mas os atletas não dão conta do recado e as bolas longas e aéreas se tornaram um pesadelo.
Os adversários perceberam as deficiências do atual campeão de tudo e passaram a explorar isso, seja com Boateng, Sule, Alaba ou qualquer outro na zaga do Bayern. Nem mesmo os laterais Pavard, Hernández e Davies conseguem ajudar como esperado e as demais opções disponíveis no banco de reservas não inspiram confiança ao técnico Hansi Flick, que quebra a cabeça em busca de correções táticas e técnicas. Ao menos no ataque, as coisas seguem fluindo e Lewandowski não para de marcar seus gols.
Sem a Copa da Alemanha pela frente e com o fim do sonho da tríplice coroa, a boa notícia ao time de Munique é que o calendário apertado devido à pandemia dá um mísero refresco e a maratona de jogos nas próximas semanas terá um intervalo de uma semana sem partidas, no fim de janeiro. Essa pausa deverá ajudar o elenco a recarregar as baterias antes da viagem para o Catar, onde jogará em 8 de fevereiro pela semifinal do Mundial e voltará a campo três dias depois, pela final ou na dipsuta pelo terceiro lugar do torneio da Fifa.
O treinador Flick tem uma missão pela frente: organizar a casa. O time só perdeu duas vezes na temporada, mas o número poderia ser maior e a impressão é que algumas vitórias recentes mascararam problemas dos octacampeões alemães. Ainda é cedo para santistas e palmeirenses sonharem, mas o Bayern de agora parece ser um clube mais sujeito a chuvas e trovoadas do que antes. Será um caminho sem volta?