Benedetto é um risco à espera de um time ambicioso

Destaque do Boca Juniors pode tanto resolver problemas quanto aumentá-los

Por: Heitor Ornelas  -  10/12/18  -  21:22
Atacante argentino marcou gol nos dois jogos da final e semifinal da Libertadores
Atacante argentino marcou gol nos dois jogos da final e semifinal da Libertadores   Foto: Jam Media/Getty

A Libertadores de 2018 tinha um herói com H maiúsculo, daqueles que aparecem no momento certo com a salvação. Com categoria e raro senso de oportunismo, Darío Benedetto fez gols decisivos para o Boca Juniors nas semifinais, contra o Palmeiras, e nas finais, diante do River Plate. Contudo, no fim das contas, prevaleceu o melhor conjunto do River, que ficou com o título de maneira justa, desde que esqueçamos as vistas grossas da Conmebol para a escalação irregular de jogadores e para a imbecilidade de torcedores que impediram a realização do jogo decisivo em Buenos Aires e o levaram para Madri.


Passada a decisão, o River Plate se prepara para jogar o Mundial, com chances de título, enquanto o Boca junta os cacos de uma das derrotas mais doloridas de sua história. E nesse processo, o futuro de Benedetto no clube é duvidoso, uma vez que, antes mesmo de a bola rolar no Santiago Bernabéu, já se falava sobre a possibilidade de transferência. Entre os pretendentes, São Paulo e Cruzeiro.


O noticiário não fala em valores, mas certamente não sairá barato tirar o atacante do vice-campeão da Libertadores. Ainda que ele seja uma interrogação. Afinal, embora seu desempenho no Boca seja excelente – 40 gols em 56 jogos, segundo a Wikipedia – toda a sua carreira até então transcorreu de forma intermediária. Aos 28 anos, o argentino nunca atuou na Europa. E na melhor de suas fases antes de chegar ao Boca, ele teve boas participações por América e Tijuana, ambos do México.


Não bastasse tudo isso, Benedetto vem de contusão grave. Em 2017, com chance de ir à Copa do Mundo, ele jogou apenas três meses, por causa de uma lesão no joelho direito. Ainda que demonstre estar recuperado, sempre vai existir o receio de que a recuperação nunca seja plena – qualquer semelhança com Paulo Henrique Ganso e seu pós-2011 não é mera coincidência.


Com todos esses ingredientes à mesa, os dirigentes dos clubes interessados têm uma decisão das mais delicadas para tomar. Benedetto vale o risco?


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter