O Palmeiras ainda não é, mas será campeão brasileiro. E no futuro, quando lembrarmos da campanha vencedora, um nome virá logo à mente: Felipão. Ainda que Dudu venha a ser o craque do campeonato e que o elenco seja o mais forte do Brasil, foi a chegada do treinador que transformou um time instável em rolo compressor, invicto no Campeonato Brasileiro há 19 partidas e caminhando, provavelmente, para fechar a competição sem mais nenhum tropeço.
Números tão favoráveis reabilitam um treinador que viu sua carreira virar de cabeça para baixo há quatro anos, na fatídica e catastrófica derrota por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão. Mais do que a desclassificação da final da Copa do Mundo, o resultado representou a pior derrota da história da Seleção Brasileira e teve em Felipão seu símbolo máximo, embora até hoje todos tentemos encontrar culpados e razões para o vexame.
Coincidentemente, a recuperação de Felipão ocorre simultaneamente ao declínio alemão. Se em 2014 eles chegaram ao topo do mundo pela quarta vez, quatro anos mais tarde foram os grandes derrotados na Copa da Rússia. A eliminação na primeira fase, em um grupo que tinha México, Suécia e Coreia do Sul, talvez tenha sido o 7 a 1 da história de uma seleção de quem sempre se espera muito.
Mas o fiasco em solo russo não é tudo. Na Liga das Nações, torneio criado para ocupar as seleções europeias nas data Fifa, mas que ainda não empolgou, a Alemanha ocupa a lanterna do Grupo 1, atrás de França e Holanda.
Felipão assumiu o Palmeiras de maneira inesperada. Depois da Copa de 2014, ele teve rápida e mal-sucedida passagem pelo Grêmio e em seguida foi ganhar milhões na China. Além disso, recusou uma série de convites de times e seleções, dando pinta de que sua carreira poderia estar se encaminhando para o final. Eis que surge o Palmeiras carente, cheio de jogador para dar e precisando de carinho. Pronto. Estava feito o casamento.
Quem acompanha futebol sabe que boas e más fases são tudo. Entretanto, nunca duas realidades tão distintas trocaram de papel de maneira tão singular.