O futuro promissor da indústria de cruzeiros

É preciso saber como aproveitar essa onda

Por: Marco Ferraz  -  09/05/23  -  06:29
Projeções da Cruise Lines International Association (Clia Global) mostram que, neste ano, a indústria de cruzeiros irá ultrapassar o volume de passageiros embarcados em 2019
Projeções da Cruise Lines International Association (Clia Global) mostram que, neste ano, a indústria de cruzeiros irá ultrapassar o volume de passageiros embarcados em 2019   Foto: Flávio Hopp/Arquivo/AT

Projeções da Cruise Lines International Association (Clia Global) mostram que, neste ano, a indústria de cruzeiros irá ultrapassar o volume de passageiros embarcados em 2019. Estamos acima da previsão da Organização Mundial do Turismo (OMT), de que as chegadas de turistas internacionais em 2023 atingirão a marca de 80% a 95% dos níveis de 2019. Além disso, a frota de navios de cruzeiro membros da Clia deve passar de 300 embarcações, já em 2024. São mais navios e pessoas navegando. Um grande leque de oportunidades para toda a comunidade envolvida na nossa atividade, para os destinos e para toda cadeia de turismo. Mais oportunidades para o Brasil.


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Finalizamos a maior temporada da década e já abrimos as portas para 2023/2024, que será ainda maior, com a expectativa de ter entre 650 mil e 700 mil cruzeiristas embarcados. O mundo está em constante transformação e a forma de viajar, também. Antecipar oportunidades e municiar o mercado com informações úteis e relevantes para as melhores tomadas de decisão são algumas das missões da Clia. E é justamente uma dessas ferramentas que apresento nesse texto. Trago novidades importantes, com destaques do recém-lançado Clia State of the Cruise Industry 2023.


Vamos aos dados. As gerações mais jovens são o futuro dos cruzeiros: 88% dos millennials (nascidos entre 1981 a 1995) e 86% dos viajantes da geração X (nascidos entre 1965 e 1981) que já fizeram cruzeiros, afirmam que planejam embarcar novamente em viagens do tipo. Entre os que nunca frequentaram um cruzeiro, 73% indicam que pretendem experimentar uma viagem de navio nas férias.


Para atender quem quer estrear nos navios e para os já apaixonados por cruzeiros, as companhias estão oferecendo roteiros mais curtos e mais longos. A duração média de um cruzeiro continua em torno de sete dias, mas as opções de duração dos roteiros aumentaram, e as de volta ao mundo estão sendo vendidas em poucas semanas após seu lançamento. Hoje, 73% das pessoas gostam de navegar com familiares. Além disso, a família e os amigos têm mais influência nas decisões dos viajantes de reservar ou não um cruzeiro.


Mas também é preciso ressaltar que as viagens solo estão em alta e as companhias marítimas aumentaram o número de cabines individuais em novos navios - e adaptaram alguns já existentes para incluir cabines adicionais projetadas a quem viaja sozinho.


A sustentabilidade segue em pauta nos investimentos e ações das companhias e, também, no interesse dos cruzeiristas. Atualmente, 50% dos viajantes de cruzeiros dizem que estão mais comprometidos em escolher suas viagens com base nos impactos ambientais do que há três anos. Nesse sentido, há uma aceleração das tecnologias e práticas ambientais presentes nos navios de cruzeiro, à medida que a indústria trabalha para alcançar a meta de zerar as emissões de carbono até 2050.


Além disso, as companhias marítimas estão buscando inserir em seu portfólio experiências de turismo sustentáveis e, também, selecionando fornecedores e produtos que tenham as mesmas prioridades ligadas à sustentabilidade.


O número de cabines acessíveis em toda a frota de cruzeiros está aumentando. Essa evolução ajuda a atender às necessidades dos viajantes com mobilidade limitada. Nesse quesito, a grande maioria diz que vê um cruzeiro como a única opção de viagem que atende suas necessidades.


As viagens imersivas se tornam cada vez mais uma prioridade e as companhias trabalham para atender esta demanda, com a programação de estadias mais longas, incluindo pernoites, em determinados portos de escala. Aqui, os cruzeiros de expedição também aparecem como excelentes oportunidades e uma grande tendência da indústria. O futuro já está acontecendo e precisamos estar preparados para ele.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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