Pegação geral

Não podemos esquecer ou relativizar o momento difícil que passamos com a pandemia

Por: Marcia Atik  -  21/06/21  -  14:58
Atualizado em 21/06/21 - 14:59
 Sem dúvida estamos diante de uma revolução de hábitos e costumes, mas também na maneira de expressar a sexualidade.
Sem dúvida estamos diante de uma revolução de hábitos e costumes, mas também na maneira de expressar a sexualidade.   Foto: Unsplash

Em tempos de amores e vida líquida, a 'pegação' está rolando solta. Porém, não podemos esquecer nem relativizar o momento em que estamos [de pandemia] e assim sendo temos responsabilidades nem sempre respeitadas. Sinal dos tempos em que o fugaz tem um largo espaço.


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Sem dúvida estamos diante de uma revolução de hábitos e costumes, mas também na maneira de expressar a sexualidade.


A diversidade e a liberdade sexual nos dias de hoje, além do julgamento moral que nos antecedeu e reprimiu causando tantas dores, hoje já não existem mais na sua face repressiva.


Mas vale ressaltar que apesar de todos os aspectos envolvidos, essa liberdade é sim uma forma de aprendizado, de autoconhecimento sexual, mas não é sinônimo de intimidade e qualidade de relação.


Vínculos fracos dão margem à muitas decepções e surpresas, nem sempre agradáveis, haja vista o quanto vemos e ouvimos dizer de relacionamentos traídos, pela falta de respeito e de confiança com nudes e selfies íntimos expostos aos montes trazendo sempre muita dor, não tanto pela nudez ou exposição sexual, mas sim pela traição da confiança.


Começamos falando de adolescentes, mas a verdade é que os adultos também estão perdidos quanto ao limite da intimidade sem vínculo nessa nova maneira de relacionamentos.


E as famílias devem ter a humildade de reconhecer que a novidade também traz inseguranças em relação às profundas mudanças no comportamento social, afetivo e sexual.


Negar e reprimir não são o melhor caminho, pois o universo digital já trará possibilidades, histórias e exemplos. Para um adolescente que mal conhece seu corpo, essas imagens despertam mais receio e confusão que essa fase da vida naturalmente traz.


Diante dessa barafunda de informações, experiências e tatuagens culturais, o segredo está em abrir o diálogo, criar ambientes de confiança, assegurar espaço de falar, pensar, e assim criarmos um amplo debate entre pais e filhos, marido e mulher, amigos e amigos.


Precisamos ser os construtores dessa nova moral, e que ela seja muito diferente daquela passada em que repressão e sublimação eram as palavras de ordem. Necessitamos de uma liberdade em que valores muito caros sejam preservados e o principal deles é não deixarmos o afeto esmorecer em qualquer relação, mesmo as mais fugazes - afeto esse que não permitirá que o desrespeito e a falta de consideração sejam a tônica das relações .


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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