Íntimo e pessoal

Setembro é praxe e necessário falar sobre prevenção ao suicídio

Por: Marcia Atik  -  19/09/23  -  13:29
  Foto: unsplash

Setembro é praxe e necessário falar sobre prevenção ao suicídio. Pois bem antes que eu tivesse pensado no que escrever sobre o tema, eis que recebo esse e-mail que transcrevo abaixo e resolvi publicá-lo pois como terapeuta sexual, já vi e ouvi um número enorme de pessoas gays, travestis, transexuais no limite da dor, pelo preconceito e a dificuldade de serem aceitos e compreendidos pela família e pela sociedade.


“Eu a vi na tv ontem e fiquei constrangido pois a minha família estava na sala e aqui em casa todo mundo faz de conta que não percebe que sou gay. Meu pai começou a criticar essa história de casamento gay e minha mãe disse que preferia um filho morto do que um filho gay, eu sei que era um recado para mim e isso só aumenta o meu pavor de abrir o jogo com eles pois sei que nunca aceitarão a minha orientação sexual.”


Meu jovem assim como você vários jovens gays se deparam com situações como essa e algumas até mais agressivas. Sei que isso não é consolo, mas é importante entender a negação de seus pais, para a partir dessa dificuldade deles fazer esse processo de revelação com menos traumas. Apesar de saber que uma reportagem na tv ,sobre um assunto tão delicado dentro de algumas famílias pode criar constrangimento como você disse ,é importante trazer para a sala de visitas ,assunto que sempre existiu e ficou escondido entre os segredos familiares, como se fora uma grande vergonha ter um filho que não satisfaça as expectativas nem realize os sonhos dos pais, pois não podemos negar que dede quando estão na barriga das mães as crianças já tem um futuro sonhado pelos pais ,só que esse futuro pertence tão somente a esse ser que quando chega a adolescência percebe que sua orientação sexual não é o dito ”normal”.


Essa dificuldade de entendimento eu catalogo como ignorância e assim sendo educar para a diversidade é urgente e necessário.


Cabe a você ter muita paciência e provar no dia a dia aos seus pais que o filho amado é uma pessoa respeitável, promissora e feliz independente de sua relação homoafetiva, eu sei que isso demanda tempo e muitas situações aflitivas, mas o que deve imperar e dirigir esse momento de angústia para você e sua família é o afeto que os liga e une.


E sendo assim uma orientação do seu desejo, portanto assunto de sua vida intima e pessoal é importante que seja tratado com respeito que merece e dentro de uma construção de vida social íntegra e realizada.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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