A procura de um amor
Atualmente, quem procura um parceiro, quer muito mais do que apenas dividir intimidades
“Eu procuro um amor que ainda não encontrei, diferente de todos que amei
Nos seus olhos eu quero descobrir uma razão para viver, as feridas dessa vida eu quero esquecer.
Pode ser que eu a encontre numa fila de cinema, numa esquina ou numa mesa de bar.”
Essa música de Frejat lá do anos 80 do século passado me fez perceber como ainda os modelos românticos de perfeição de um relacionamento assombram e, pois são impossíveis de se realizarem nos dias de hoje.
O ideário romântico de que um relacionamento deve preencher totalmente os buracos da alma, que o outro tem o papel de satisfazer todas as nossas faltas, que é impossível viver com frustrações acaba levando a muitos erros e fatalmente a muito sofrimento.
Aquilo que chamamos de intimidade está muito mal colocado pois despir o corpo não necessariamente nos torna íntimo de ninguém, haja vista como andamos na praia, à beira mar, quase nus e ao lado de desconhecidos.
O ideal romântico hoje fala de intimidade, conhecimento do outro, com quem temos a capacidade e possibilidade de nos despirmos emocionalmente, pois quando essa troca de almas nuas acontece nos livramos do medo, e a entrega á relação se efetiva de uma maneira verdadeira. É arriscado? Concordo que sim, mas sem isso continuamos a viver sob a cartilha do modelo de perfeição, romântico que só traz desencontro e dor.
Mas, para que isso aconteça, existe um pré e constante exercício que é o de despir-se para si mesmo, essa é a parte mais difícil, pois não é algo fácil e principalmente não se consegue com qualquer um.
Conectar-se consigo mesmo e com sua herança emocional é o que nos faz sermos verdadeiros com o outro, assim sendo medos, conflitos que interferem no dia a dia, nas pequenas coisas são as causas das dores maiores.
O encontro mais íntimo não é o sexual, e sim aquele em que os segredos sejam compartilhados sem medo de julgamentos.
Nesse ambiente emocionalmente relaxado no qual realmente possa despir-se dos medos, das inseguranças, dando espaço para abraços e beijos que quebrem o medo.
“Procuro um amor que seja bom pra mim, vou procurar, eu vou até o fim, e eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo, quando começar a conhecer os meus segredos “ainda assim diz a canção.
