Uma vida de amor aos animais

Toda comunidade tem um herói, mesmo que anônimo. No Vale do Ribeira, mais especificamente em Pedro de Toledo, o saudoso Benny Marcondes foi um deles

Por: Kenny Mendes  -  19/02/21  -  09:42
Benny contraiu o novo coronavírus e faleceu no dia 22 de agosto
Benny contraiu o novo coronavírus e faleceu no dia 22 de agosto   Foto: Reprodução

Em março de 2012, Benny Marcondes e sua esposa, Neide, acolheram um cão vítima de maus tratos. Nascia ali o que viria a ser a Associação Beneficente para Cães e Gatos (ABCG) Tutucão. Passados quase nove anos de muito esforço e dedicação, mesmo em meio às adversidades, a entidade hoje conta com mais de 400 animais resgatados das ruas.


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No ano passado, tive a oportunidade de conhecer o trabalho de Benny. Fiquei tocado pela disposição daquele homem. Ele relatou que a associação vinha enfrentando sérios problemas financeiros, mas que não desistiria de seu ideal de cuidar dos bichinhos. Para se sustentar, a ONG alugava parte do sítio onde está sediada – um terreno também locado – para veraneio. Mas, com a pandemia da Covid-19, a procura praticamente parou.


O abrigo se mantém com a ajuda de voluntários para adquirir ração, medicamentos, material de limpeza e demais insumos. Decidi apresentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma emenda no valor de R$ 100 mil para auxiliar o trabalho do cuidador e sua equipe. O destino, no entanto, nos pregou uma peça. Benny contraiu o novo coronavírus e, infelizmente, faleceu no dia 22 de agosto. A Tutucão, mais do que nunca, corria perigo.


Mas o amor incondicional pelos cães e gatos fez Neide Marcondes encontrar forças para dar continuidade ao projeto do casal. Ela lançou uma vaquinha virtual para arrecadar recursos e não fechar as portas.


A repentina morte de Benny criou um imbróglio burocrático: a emenda que indiquei estava direcionada a seu nome. Alertado sobre o problema, o gestor de projetos da ONG, Lázaro Zeferino, não mediu esforços para adequar a papelada para que a esposa se tornasse a beneficiária da quantia, enquanto responsável pela entidade, e o montante não se perdesse. Tudo foi devidamente encaminhado e ficamos na espera.


No início de janeiro, recebemos a boa notícia. O dinheiro, enfim, havia sido liberado pelo Governo do Estado. A ONG tem um custo mensal de cerca de R$ 15 mil. O recurso garante o funcionamento do abrigo ao longo deste semestre, mas, conforme fui informado, as despesas com locação, terceirizados, telefone, luz e os exames clínicos continuam.


Entre os sonhos da equipe que administra o local, estão a compra do terreno-sede e a criação de uma clínica de atendimento para os pets. Quem puder ajudar com qualquer valor, entre em contato (13-99781-4764 ou 13-99758-9223). Assim, o heroísmo de Benny Marcondes em salvar vidas animais não terá sido em vão.


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