Passaporte da vacina é o caminho para a liberdade

Números mostram que a ciência acertou sobre a importância da imunização em massa

Por: Júnior Bozzella  -  04/10/21  -  06:47
 Definição de em que ambientes um indivíduo não vacinado pode frequentar é do poder público
Definição de em que ambientes um indivíduo não vacinado pode frequentar é do poder público   Foto: Divulgação: Prefeitura de Sertãozinho

A média móvel de mortes no Brasil vem caindo vertiginosamente desde a ampliação da vacinação. Apesar de toda a resistência do presidente Jair Bolsonaro em reconhecer a eficácia da vacina, os números não mentem e mostram que a ciência sempre esteve certa sobre a importância da imunização em massa.


Quem não se lembra do mês de janeiro deste ano quando vimos o caos tomar conta de Manaus. Começou lá a disseminação da variante P1, que ficou mundialmente conhecida como a variante brasileira do novo coronavírus. Assistimos a cenas antes só imaginadas em filmes de horror, eram pessoas morrendo em casa, nas ruas e na porta dos hospitais sem leitos, e quando conseguiam uma vaga, morriam nos leitos, sufocadas pela falta de oxigênio.


Em poucos meses cenário parecido tomava conta de todo o Brasil. De março a julho praticamente todos os estados brasileiros viveram momentos de escassez de medicamentos, de mão de obra e falta de leitos. A economia sangrava. O povo sem vacinas, com o sistema de saúde do país inteiro no limite e os números de contaminados e óbitos crescendo desenfreadamente obrigou o comércio a novamente fechar as portas por longo período.


Hoje, fica clara a eficácia da vacina. Até a última semana o número de habitantes totalmente vacinados chegou a 90.246.251, o que corresponde a 42,3% da população. Ao todo, 235.613.528 doses foram administradas no país. Dessas, 937.120 correspondem à 3ª dose, que já começou a ser aplicada em alguns municípios. O resultado disso é a queda vertiginosa de novos casos e mortes. Contudo, o negacionismo e irresponsabilidade do presidente da República Jair Bolsonaro podem prejudicar ainda mais o país do que já fez. Primeiro ele se negava a comprar a vacina, agora ele segue se negando a reconhecer a importância da vacina e, consequentemente, do passaporte de vacina, que é o comprovante da imunização completa contra a Covid-19. Negar o passaporte da vacina é colocar em risco trabalhadores do comércio, turismo e todo o setor de serviços, porque a vacinação já se mostrou o único caminho eficaz na luta contra o vírus.


A decisão do cidadão se vacinar ou não cabe a ele próprio, mas a definição de em que ambientes um indivíduo não vacinado pode frequentar é do responsável pelo cumprimento das medidas sanitárias, ou seja, do poder público. O passaporte da vacina já é exigido em espaços públicos em ao menos 249 municípios brasileiros. Contudo, o documento lançado pelo Ministério da Saúde há cerca de um mês, teve sua exigência criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas é cobrado em ao menos 10% das cidades do país.


O passaporte da vacina nacional começou a ser emitido de forma digital em 31 de agosto pelo Conecte SUS, aplicativo oficial do Ministério da Saúde. Com opções em português, espanhol e inglês, o certificado pode também ser usado em viagens internacionais.


O presidente Bolsonaro já disse em mais de uma ocasião que vetaria qualquer projeto de lei aprovado pelo Congresso que criasse um passaporte da imunização. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se pronunciou desta mesma forma. Com o Brasil prestes a extrapolar a barreira dos 600 mil mortos é um contrassenso ignorar medidas que podem frear a disseminação da doença no país.


A exigência do passaporte da vacina em ambientes de grande circulação de pessoas é o caminho para a liberdade. É o maio mais seguro de retomarmos a vida o mais próximo possível da normalidade, e tentarmos impedir o surgimento de novas ondas de Covid-19 assombrando à saúde e a economia do país.


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