Não é a pandemia que está quebrando o Brasil, é a falta de uma política nacional para enfrentá-la

Esta semana mais uma retomada gradual das atividades econômicas será iniciada

Por: Júnior Bozzella  -  19/04/21  -  12:17
Preocupação envolve recuperação do comércio e aumento da arrecadação
Preocupação envolve recuperação do comércio e aumento da arrecadação   Foto: Matheus Muller/AT

Essa semana iniciamos, mais uma vez, a retomada gradual das atividades econômicas. Para fazer política é fundamental que a gente se coloque no lugar do outro, e é isso que eu procuro fazer sempre. Não é possível que alguém ache saudável esse abre e fecha do comércio. É óbvio que eu também não acho, mas infelizmente, com a pandemia descontrolada em todo o território nacional e o esgotamento dos recursos e mão de obra de saúde para o atendimento das pessoas, não tem restado outra alternativa. É isso, ou veríamos corpos nas portas dos hospitais pelo país inteiro, inclusive aqui no Estado de São Paulo.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Cada vez que eu saio às ruas e vejo as portas dos comércios fechadas, ou vejo uma nova placa de “aluga-se”, o sentimento é de indignação, porque nós sabemos que isso poderia ter sido evitado. Nós estamos vendo que em nenhum país do mundo os números de mortes diárias se comparam aos do Brasil. É revoltante saber que em cada esquina alguém é obrigado a fechar as portas porque não suportou o encargo do aluguel e dos funcionários sem poder vender, sem ter renda. Vocês já se perguntam por que isso tá acontecendo? Isso é o resultado do negacionismo, da falta de uma política unificada para enfrentar esse vírus terrível e da negligência na compra de vacinas para a população.


Lá atrás, quando o mundo inteiro comprava vacinas o presidente da República Jair Bolsonaro debochava que as pessoas “iriam virar jacaré”. Agora estamos correndo atrás da xepa mundial para ver o que sobrou para o Brasil comprar.


Se o governo federal tivesse feito a compra do imunizante contra a Covid-19 lá atrás, isso somado à grande quantidade de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan de São Paulo, nós certamente já teríamos uma imensa parcela da população brasileira vacinada! Não precisaríamos ter que sangrar o comércio para não ver corpos nas ruas.


Hoje, a classe média caiu ao seu menor patamar em mais de 10 anos em relação ao total da população. Segundo estudo do Instituto Locomotiva divulgado pelo G1 no último final de semana, cerca de 4,9 milhões de famílias caíram da classe média para a classe baixa no último ano. Paralelamente, o Brasil também viu aumentar o número de brasileiros que vivem na extrema pobreza.


O levantamento aponta ainda que, hoje, o percentual da população brasileira pertencente à chamada classe média tradicional encolheu e tem agora o mesmo tamanho da classe baixa, representando 47% da população. Número muito diferente da maior marca já registrada em 2011 quando a classe baixa diminuiu e a classe média aumentou, chegando a representar 54% da população brasileira. Observa-se que o levantamento considera como classe média famílias com renda mensal per capita (por pessoa) entre R$ 667,87 e R$ 3.755,76.


Uma pesquisa de opinião realizada pelo mesmo instituto mostrou que 6 de cada 10 brasileiros da classe média tradicional afirmam que a renda diminuiu no último ano. Desse recorte, 19% das famílias estão sobrevivendo com metade ou menos da sua renda pré-pandemia. Ainda de acordo com o levantamento, 58% da classe média afirma que recorreu a bicos, vendeu algum bem ou abriu um negócio para obter renda extra após a chegada da pandemia. Mais endividados, 71% disseram ter ao menos uma conta em atraso. Na média, são 4,6 contas em atraso entre os inadimplentes.


O cenário não é ruim, é péssimo! Saber que se as pessoas não tivessem sido iludidas com um “Kit Covid”, que eu chamo de kit placebo, teriam se cuidado mais, se prevenido e não aumentado a disseminação da doença. Ver as pessoas sem máscara nas ruas quando se sabe que a máscara é fundamental para conter a transmissão, porque são incentivadas pelo presidente da república a não utilizar. Ver uma série de aglomerações e festas clandestinas e absolutamente nenhuma campanha do governo federal sobre a necessidade de manter o distanciamento social e saber que poderia ter sido evitado esse caos sanitário e econômico é revoltante. É desumano ver o que estão fazendo com o Brasil e com os brasileiros.


Agora é muito fácil colocar o resultado de toda a omissão na conta dos prefeitos e governadores, que estão sendo obrigados a dar a injeção. Se o remédio menos amargo tivesse sido dado antes, se o governo federal tivesse comprado vacinas, se tivesse assumido às rédeas do combate à Covid e exigido um lockdown único em todo o país, se não tivesse zombado da pandemia e conscientizado as pessoas, se, se, se ... Enfim, são tantos “Ses” de medidas que não foram tomadas para impedir que chegássemos até aqui que causa angústia e desespero.


Tenho algumas dezenas de amigos comerciantes. Sabe o que todos me dizem? Que preferiam um lockdown único, fechar tudo 15 dias e ponto final do que esse abre e fecha. É triste ver o sofrimento do micro e pequeno empresário que não pode abrir o seu salão de beleza, o seu restaurante, a sua loja... Isso é uma reação em cadeia, não é só o dono que perde, o garçom perde, o funcionário da loja perde, o empregador fica sem renda e o funcionário sem emprego. É assustador ver isso pelo país todo.


Ainda vejo pessoas tentando argumentar em favor de tudo que não foi feito. Ouço e respeito, mas os números estão aí e não nos deixam mentir. O cenário é triste. O pobre ficou mais pobre, a classe média está encolhendo e ficando pobre. E os ricos? Ah, esses conEssa semana iniciamos, mais uma vez, a retomada gradual das atividades econômicas. Para fazer política é fundamental que a gente se coloque no lugar do outro, e é isso que eu procuro fazer sempre. Não é possível que alguém ache saudável esse abre e fecha do comércio. É óbvio que eu também não acho, mas infelizmente, com a pandemia descontrolada em todo o território nacional e o esgotamento dos recursos e mão de obra de saúde para o atendimento das pessoas, não tem restado outra alternativa. É isso, ou veríamos corpos nas portas dos hospitais pelo país inteiro, inclusive aqui no Estado de São Paulo.


Cada vez que eu saio às ruas e vejo as portas dos comércios fechadas, ou vejo uma nova placa de “aluga-se”, o sentimento é de indignação, porque nós sabemos que isso poderia ter sido evitado. Nós estamos vendo que em nenhum país do mundo os números de mortes diárias se comparam aos do Brasil. É revoltante saber que em cada esquina alguém é obrigado a fechar as portas porque não suportou o encargo do aluguel e dos funcionários sem poder vender, sem ter renda. Vocês já se perguntam por que isso tá acontecendo? Isso é o resultado do negacionismo, da falta de uma política unificada para enfrentar esse vírus terrível e da negligência na compra de vacinas para a população.


Lá atrás, quando o mundo inteiro comprava vacinas o presidente da República Jair Bolsonaro debochava que as pessoas “iriam virar jacaré”. Agora estamos correndo atrás da xepa mundial para ver o que sobrou para o Brasil comprar.


Se o governo federal tivesse feito a compra do imunizante contra a Covid-19 lá atrás, isso somado à grande quantidade de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan de São Paulo, nós certamente já teríamos uma imensa parcela da população brasileira vacinada! Não precisaríamos ter que sangrar o comércio para não ver corpos nas ruas.


Hoje, a classe média caiu ao seu menor patamar em mais de 10 anos em relação ao total da população. Segundo estudo do Instituto Locomotiva divulgado pelo G1 no último final de semana, cerca de 4,9 milhões de famílias caíram da classe média para a classe baixa no último ano. Paralelamente, o Brasil também viu aumentar o número de brasileiros que vivem na extrema pobreza.


O levantamento aponta ainda que, hoje, o percentual da população brasileira pertencente à chamada classe média tradicional encolheu e tem agora o mesmo tamanho da classe baixa, representando 47% da população. Número muito diferente da maior marca já registrada em 2011 quando a classe baixa diminuiu e a classe média aumentou, chegando a representar 54% da população brasileira. Observa-se que o levantamento considera como classe média famílias com renda mensal per capita (por pessoa) entre R$ 667,87 e R$ 3.755,76.


Uma pesquisa de opinião realizada pelo mesmo instituto mostrou que 6 de cada 10 brasileiros da classe média tradicional afirmam que a renda diminuiu no último ano. Desse recorte, 19% das famílias estão sobrevivendo com metade ou menos da sua renda pré-pandemia. Ainda de acordo com o levantamento, 58% da classe média afirma que recorreu a bicos, vendeu algum bem ou abriu um negócio para obter renda extra após a chegada da pandemia. Mais endividados, 71% disseram ter ao menos uma conta em atraso. Na média, são 4,6 contas em atraso entre os inadimplentes.


O cenário não é ruim, é péssimo! Saber que se as pessoas não tivessem sido iludidas com um “Kit Covid”, que eu chamo de kit placebo, teriam se cuidado mais, se prevenido e não aumentado a disseminação da doença. Ver as pessoas sem máscara nas ruas quando se sabe que a máscara é fundamental para conter a transmissão, porque são incentivadas pelo presidente da república a não utilizar. Ver uma série de aglomerações e festas clandestinas e absolutamente nenhuma campanha do governo federal sobre a necessidade de manter o distanciamento social e saber que poderia ter sido evitado esse caos sanitário e econômico é revoltante. É desumano ver o que estão fazendo com o Brasil e com os brasileiros.


Agora é muito fácil colocar o resultado de toda a omissão na conta dos prefeitos e governadores, que estão sendo obrigados a dar a injeção. Se o remédio menos amargo tivesse sido dado antes, se o governo federal tivesse comprado vacinas, se tivesse assumido às rédeas do combate à Covid e exigido um lockdown único em todo o país, se não tivesse zombado da pandemia e conscientizado as pessoas, se, se, se ... Enfim, são tantos “Ses” de medidas que não foram tomadas para impedir que chegássemos até aqui que causa angústia e desespero.


Tenho algumas dezenas de amigos comerciantes. Sabe o que todos me dizem? Que preferiam um lockdown único, fechar tudo 15 dias e ponto final do que esse abre e fecha. É triste ver o sofrimento do micro e pequeno empresário que não pode abrir o seu salão de beleza, o seu restaurante, a sua loja... Isso é uma reação em cadeia, não é só o dono que perde, o garçom perde, o funcionário da loja perde, o empregador fica sem renda e o funcionário sem emprego. É assustador ver isso pelo país todo.


Ainda vejo pessoas tentando argumentar em favor de tudo que não foi feito. Ouço e respeito, mas os números estão aí e não nos deixam mentir. O cenário é triste. O pobre ficou mais pobre, a classe média está encolhendo e ficando pobre. E os ricos? Ah, esses continuam por lá, no topo. Não foi essa a mudança para o Brasil que nós escolhemos em 2018!tinuam por lá, no topo. Não foi essa a mudança para o Brasil que nós escolhemos em 2018!


Tudo sobre:
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter