Disseminar fake news é crime e pode ter consequências fatais!

Que o governo do presidente Jair Bolsonaro é uma verdadeira fábrica de fake news não é segredo para ninguém

Por: Júnior Bozzella  -  27/09/21  -  06:32
 Disseminar fake news é crime e pode ter consequências fatais!
Disseminar fake news é crime e pode ter consequências fatais!   Foto: Reprodução/YouTube

Que o governo do presidente Jair Bolsonaro é uma verdadeira fábrica de fake news não é segredo para ninguém. O gabinete do ódio é real, consiste em uma organizada rede de pessoas atendendo a comandos dados pelos “cabeças” da organização para iniciar uma divulgação em massa de notícias falsas com o intuito de destruir pessoas e reputações.


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Bandido é bandido, e cometer crimes virtuais não faz dessa gente menos criminosa. Eu pessoalmente fui vítima dessa gangue, fui duramente atacado nas minhas redes sociais, agredido e até ameaçado por centenas de robôs e pessoas que usam computadores como escudos para não terem que pagar pelos seus atos irresponsáveis.


Eu, assim como outros parlamentares, e todos aqueles que se recusaram a compactuar com os desmandos e arbitrariedades do governo Bolsonaro fomos duramente atacados e caluniados, mas felizmente as consequências não foram além disso. Na CPI das Fake News, na Câmara dos Deputados, eu disse que fake news matam, e o tempo mostrou que eu tinha razão.


Tem um ditado popular que diz que uma mentira contada 100 vezes vira verdade. Quando falo no poder de destruição da disseminação de uma notícia falsa não me refiro apenas a casos como o que houve em Guarujá (SP), onde boatos que circulavam na internet culminaram no espancamento até a morte de uma mulher. Muitos devem se lembrar da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, morta aos 33 anos em maio de 2014. Ela foi acusada de praticar magia negra com crianças após uma notícia falsa que começou a ser espalhada pelo facebook e foi rapidamente disseminada pelas redes sociais. Moradores locais acharam que a mulher do boato que circulava nas redes era Fabiana, a amarraram e espancaram até a morte.


Esse é um dentre tantos casos de horror e barbarie incitados pela disseminação de notícias falsas. Mas o poder destrutivo das fake news vai além disso, estamos falando em mortandade em massa. Quantos e quantos brasileiros perderam a vida durante a pandemia de Covid-19 porque acreditavam que o coronavírus se tratava apenas de uma “gripezinha”? Quantos brasileiros morreram por acreditar em tratamentos precoces sem nenhuma evidência científica comprovada? O potencial da disseminação de notícias falsas é devastador e letal, e exatamente por isso deve ser punido com o máximo rigor.


Hoje investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aliados radicais do presidente Jair Bolsonaro migram para redes sociais onde os bloqueios para disseminação de notícias falsas são mais brandos ou inexistentes para seguirem com o seu trabalho irresponsável e criminoso de desinformação em massa.


Os filhos do presidente Bolsonaro já contam com um milhão de seguidores no Telegram, por exemplo. A rede praticamente não possui ferramentas de controle de fake news e, ao contrário do concorrente WhatsApp, não impõe limite para a redistribuição de mensagens. Fazem parte do Telegram o presidente Bolsonaro, seus filhos Carlos (vereador no Rio e apontado como chefe do gabinete do ódio), Eduardo (deputado federal) e Flávio (senador).


No último mês de agosto o TSE determinou que as plataformas de redes sociais suspendessem os pagamentos a canais bolsonaristas que obtêm lucro com conteúdos falsos. Estima-se que apenas 14 dessas contas afetadas rendam até R$ 15 milhões em propaganda em um único ano.


Às vésperas das manifestações de caráter golpista organizadas no último dia 07 de setembro o presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória irresponsável para afrouxar restrições e liberar a disseminação de fake news na web. Felizmente, os demais poderes interviram, e as instituições democráticas fizeram o seu papel suspendendo essa MP. Divulgar fake news não é brincadeira, é grave, é crime, e os fatos mostram que pode ter consequências fatais!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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