A participação feminina no setor aquaviário

Antaq levantou dados sobre a presença de mulheres no cenário brasileiro

Por: Flávia Takafashi  -  22/03/23  -  06:31
No Brasil, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres
No Brasil, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres   Foto: Divulgação/Pixabay

O mês de março é marcado pelo Dia Internacional da Mulher e pelas celebrações às conquistas femininas. A passos ainda lentos, as mulheres estão firmando espaço no mercado de trabalho e caminhando em direção à igualdade de direitos. O mercado de trabalho mundial tem buscado adotar práticas de trabalho mais inclusivas, cada vez mais abrindo as portas para o acesso de talentos femininos.


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O Relatório Women in Business 2022, produzido pela consultoria Grant Thornton, levantou a posição de mulheres na alta administração das empresas em todo o mundo e o progresso rumo à paridade de gênero no cargos de liderança. Os dados são resultado de entrevistas com cinco mil lideranças globais de destaque, sendo 250 brasileiras. A participação de mulheres em cargos de liderança nas empresas de todo o mundo cresceu 11% na última década. Hoje, 32% da alta administração das empresas é composta por mulheres e 90% das companhias possuem ao menos uma mulher em posição de liderança. No Brasil, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.


Embora os números representem um avanço, a evolução é lenta e ainda temos um longo caminho pela frente. Visando aprofundar o conhecimento do setor aquaviário com relação a seus trabalhadores e aprimorar as políticas voltadas à equidade de gênero, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) levantou dados sobre a presença feminina no setor aquaviário. Isso é fruto do acordo de cooperação firmado entre a agência e a Wista Brazil, em março de 2022. A Wista Brazil, parte da Wista International e associação com status consultivo na International Maritime Organization (IMO), tem como um objetivo a promoção da equidade de gênero no setor aquaviário, sendo plataforma de networking e propagação de informações.


Formaram parte da pesquisa 302 empresas, entre terminais portuários, autoridades portuárias, empresas brasileiras de navegação (EBN) e Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos). Os formulários de livre resposta coletaram informações sobre quantidades de empregados, gerentes e dirigentes, homens e mulheres, faixa etária desse público e também sobre a cultura das empresas do setor com relação às políticas de equidade de gênero, bem como programas de inclusão social.


Os resultados apontaram que as mulheres ocupam 17,3% do total de vagas no setor portuário brasileiro. O setor de navegação possui mais de 23% das mulheres em posições de gerência. Já no setor portuário, os cargos de direção têm menor ocupação feminina, com 13% do quadro ocupado por mulheres. As empresas que atuam em ambos os setores, portuário e de navegação, lideram o ranking, com 17,9% dos cargos ocupados por mulheres. As administrações portuárias e as empresas de cabotagem de contêineres tiveram maior participação na pesquisa. As companhias de cabotagem se destacam quanto à participação feminina, com 34% dos cargos ocupados por mulheres e mais de 30% delas em posições de liderança.


As autoridades portuárias têm participação feminina acima da média geral dos setores, exceto para o quadro de direção. Na maioria das empresas entrevistadas, menos de 30% dos funcionários são mulheres e menos de 30% delas ocupam cargos de liderança. Além disso, 2,9% das empresas informaram que mais da metade de seus empregados são mulheres. No geral, os cargos estão ocupados por maioria masculina, na faixa entre 25 e 44 anos. As empresas de médio porte (com 23 a 144 empregados) apresentaram a menor participação feminina entre os entrevistados.


Quanto à adoção de políticas de equidade de gênero, 90,7% das empresas disseram adotar pelo menos uma política de equidade no recrutamento de seus empregados e 68,5% delas afirmam assegurar a igualdade salarial. Por fim, 35,4% adotam políticas de orientação sobre igualdade de gênero e 4,6% disseram não aplicar nenhuma política de igualdade nos processos de recrutamento e seleção. Os dados coletados pela pesquisa foram agrupados em um dashboard e estarão disponível para visualização no site da Antaq.


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