A aceleração da agenda 2030 da ONU através das políticas de ESG

É fundamental a integração da agenda dos ODS nas estratégias de negócio e financeira das empresas

Por: Flavia Maya  -  10/11/23  -  16:56
  Questões ambientais, sociais e de governança devem ser priorizadas
Questões ambientais, sociais e de governança devem ser priorizadas   Foto: FreePik

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), foram metas criadas em 2015, no contexto do Pacto Global da ONU, com a finalidade de acelerar a agenda de sustentabilidade nos países signatários através de suas corporações.


Embora os ODS reflitam temas já bastante conhecidos no âmbito das discussões de sustentabilidade e impacto, muitas empresas ainda encontram dificuldade em atuar – e evidenciar ações – relativamente a tais objetivos.


Contudo, de forma prática, os ODS podem ser analisados sob a ótica de uma outra sigla já um pouco mais familiar no meio corporativo: ESG.


ESG é um conjunto de critérios utilizado para avaliar o desempenho das empresas em relação às questões ambientais, sociais e de governança. E esses mesmos critérios, muitas vezes, já contribuem para o alcance das metas estabelecidas pelos ODS.


Em relação ao meio ambiente, as empresas podem adotar práticas sustentáveis, como a redução de emissões de carbono, o uso eficiente dos recursos naturais e a adoção de energias renováveis. Além disso, investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas e a gestão adequada dos resíduos também são essenciais para a mitigação dos impactos ambientais, abrangidos, por exemplo, pelos ODS 6, 14 e 15.


No aspecto social, até mesmo a atuação “dentro de casa” com a promoção da diversidade em suas equipes, ou mesmo a adoção de políticas de segurança e saúde no trabalho, o respeito aos direitos humanos e o combate à exploração infantil, já são exemplos de ações que contribuem para o ODS 08, que abrange a garantia de relações de trabalho justas e dignas.


É importante destacar que, assim como trabalhamos no âmbito do ESG, a governança é igualmente fundamental para viabilizar a contribuição para os ODS, uma vez que a ela ancora, dá efetividade e permite o acompanhamento e mensuração das políticas adotadas.


É através de uma governança estruturada que a empresa garante a transparência das suas operações, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa.


É claro que, pensando em um ecossistema econômico de aceleração dos ODS, é importante que os governos criem regulações que incentivem a adoção de práticas de ESG pelas empresas. Políticas como a de tributação verde, por exemplo, podem ser uma ferramenta poderosa para estimular investimentos privados em tecnologias limpas.


Contudo, é importante entendermos que o Pacto Global da ONU e os ODS são uma agenda direcionada às corporações, entendendo que são elas as protagonistas na mitigação dos impactos gerados pelas atividades econômicas.


Mas, para que isso seja possível, é fundamental a integração da agenda dos ODS nas estratégias de negócio e financeira, com definição de indicadores de desempenho e metas específicas, garantindo o alinhamento da empresa com os objetivos da ONU.


Em conclusão, para acelerar a agenda dos ODS, é fundamental que as empresas adotem políticas de ESG que promovam práticas sustentáveis e responsáveis. Essas políticas garantem que as empresas integrem em suas operações as diretrizes estabelecidas pelos ODS.


Apenas com ações conjuntas entre empresas, governos e sociedade civil conseguiremos concretizar a visão de um futuro sustentável para as próximas gerações.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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